O muito atrasado Corredor Verde de Alcântara recebeu arte urbana

Parte do antigo caneiro da freguesia alfacinha transformado em corredor pedonal e ciclável foi pintado com as cores da terra e água.

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As obras têm a assinatura do artista OzeArv Daniel Rocha/PÚBLICO

Foi anunciado em 2016 com conclusão prevista para 2018 e ainda está quase tudo por fazer. O lisboeta Corredor Verde de Alcântara (CVA) vai sendo construído lentamente. Esta semana, um dos seus sectores recebeu uma intervenção artística com a assinatura OzeArv.

O CVA é uma obra ambiciosa. Visa criar uma ligação pedonal e ciclável entre o Parque Florestal de Monsanto, o alto do Parque Eduardo VII e o rio Tejo. Começa na estação de comboios de Campolide, mas ainda só chegou à passagem inferior sob a linha de comboio.

A parte maior, que inclui toda a Av. de Ceuta, ainda nem começou, depois de segundo concurso público já ter ficado fechado. Existe uma proposta que visa algumas alterações técnicas, mas a sua ida a reunião da Câmara Municipal de Lisboa (CML), ainda não está agendada.

Avançada está a obra no túnel que permite a passagem por debaixo da linha férrea, por onde, noutros tempos, já passou a ribeira de Alcântara, atravessando para a Avenida de Ceuta. E, no início desta semana, foi embelezado com uma obra do artista urbano José Carvalho, que assina os seus trabalhos com o nome artístico de OzeArv.

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As obras têm a assinatura do artista OzeArv Daniel Rocha/PÚBLICO

Segundo os dirigentes da Galeria de Arte Urbana da CML, a sua nova obra elege os elementos da terra e da água, “acentuando a vertente da vegetação” do corredor verde “para o interior do túnel e, a referência à antiga ribeira de Alcântara que agora passa no subsolo, no caneiro”. “Deste modo, a intervenção artística estende-se do exterior para o interior do túnel, integrando-se e valorizando a paisagem natural envolvente”, salientam.

Na pintura do túnel e respectivos acessos, “para permitir a leitura do faceamento dos muros de entrada, acentuaram-se as faces, uma vez que a introdução de desenhos iria atenuar o efeito original do desenho arquitectónico e retirar força ao carácter escultórico do projecto”.

A cor, acrescenta-se, “foi introduzida apenas no túnel, para reforçar o contraste com as paredes facetadas a preto e branco da entrada”.

Corredor Verde de Alcântara recebeu arte urbana Daniel Rocha/PÚBLICO
O túnel do ainda incompleto Corredor Verde do Vale de Alcantara conta agora com uma intervenção de arte urbana assinada por José Carvalho, mais conhecido por Ozearv Daniel Rocha/PÚBLICO
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Corredor Verde de Alcântara recebeu arte urbana Daniel Rocha/PÚBLICO

A obra abrange cerca de 13 hectares, tem uma extensão de cerca de três quilómetros e “pretende harmonizar os corredores ciclo-pedonais, novos espaços verdes, mais e melhor iluminação, utilização de água reciclada para rega, equipamento urbano e mais de 700 novas árvores”.

OzeArv tem um vasto percurso artístico e apresenta outras obras em Lisboa, abordando sempre temáticas associadas a elementos naturais, com presença de vegetação e animais, e com uma reconhecida profusão de desenho de traço largo.

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Daniel Rocha/PÚBLICO

Carta municipal em debate no Porto

Também esta semana, a Associação Portuguesa da Habitação Municipal (APHM) revelou que vai iniciar o debate, partilha e cooperação entre municípios que estão a elaborar a respectiva Carta Municipal de Habitação, um instrumento que pretende relacionar as políticas de habitação com os territórios onde as mesmas serão implementadas.

Sob o título Fórum da Habitação: Cartas Municipais – 1.ª Geração, o encontro realiza-se no dia 21 de Outubro, na Casa da Música, sendo anfitriã a Câmara Municipal do Porto, e “tem como objectivo principal a partilha de experiências entre municípios e a identificação de dificuldades e soluções”.

O encontro destina-se também a entidades com interesse em aprofundar conhecimentos sobre o processo de criação da Carta Municipal de Habitação, a qual, de acordo com a lei que lhe deu origem, inclui diagnósticos de carências habitacionais e identificação de recursos e potencialidades locais.

O programa inclui uma sessão de apresentações teóricas e outra de cariz mais prático na qual alguns municípios apresentarão o trabalho em curso.

“Temos de ser capazes de imaginar vários caminhos para tornar a habitação acessível às pessoas. É esse o trabalho que estamos a fazer, e o nosso objectivo é chegar a criar um sistema municipal de habitação que integre investimento público, misto e privado”, afirma a vereadora da habitação da CML, Filipa Roseta, num comunicado divulgado pela autarquia.

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