As coisas podem não estar a correr especialmente bem no campeonato, mas a Liga dos Campeões tem sido uma “distração” bem-vinda para o Sporting, onde tem sido nada menos que perfeito. Duas vitórias nos dois primeiros jogos da fase de grupos, cinco golos marcados e zero sofridos, e, nesta terça-feira (17h45, Eleven1), vai tentar uma terceira vitória seguida no Vélodrome, frente a um Marselha que ainda não pontuou neste Grupo D. E se o conseguir, será um feito inédito para os “leões” na liga milionária, para além de representar um enorme passo rumo aos oitavos-de-final.

Este já está a ser o melhor arranque do Sporting na fase de grupos da Champions em dez participações. O melhor que os “leões” conseguiram antes da presente campanha foi em 2006-07, com uma vitória (1-0 ao Inter Milão, com um golo de Caneira) e um empate (1-1 em Moscovo frente ao Spartak), sendo que a equipa então treinada por Paulo Bento acabaria por fazer apenas mais um ponto (0-0 com o Bayern Munique) e ficar em último no grupo. Na época anterior, os “leões” sofreram duas derrotas nos dois primeiros jogos, mas acabaram por se qualificar.

E será esse o primeiro objectivo que Rúben Amorim espera ver concretizado, sempre com os olhos na vitória. “O empate não é um bom resultado. Somos uma equipa grande em Portugal, estamos a crescer e queremos vencer. Não sabemos qual é o jogo que vai fazer a diferença, mas sabemos que ganhar os jogos na Champions ajuda-nos a recuperar a nossa capacidade no campeonato. Com o decorrer do jogo, veremos se um ponto é bom ou mau, mas a ideia é sempre vencer”, salientou o técnico “leonino”.

Pela frente, os “leões” terão uma espécie de fotocópia invertida, um Marselha que brilha na liga francesa (segundo classificado, ainda sem derrotas e a apenas dois pontos do líder PSG), mas que ainda não pontuou na Champions. Mas, diz o treinador “leonino”, há muita coisa que aproxima Sporting e Marselha: “Há uma grande parecença, o Marselha fez dois bons jogos na Champions - com o Tottenham, se não fosse a expulsão, estava complicado. Essa é a grande parecença das equipas, jogam bem, com a sua identidade. Jogamos praticamente no mesmo sistema, mas de formas diferentes.”

Os “leões” apresentam-se no Vélodrome – que estará fechado ao público devido a um castigo por incidentes na recepção ao Eintracht Frankfurt – sem dois dos seus habituais titulares (Coates e Porro), sendo provável que Amorim os substitua por St. Juste e Esgaio. Mais difícil de prever é quem será o “9” do Sporting, se Paulinho, que voltou à titularidade frente ao Gil Vicente, se Marcus Edwards, que tem desempenhado a função durante boa parte da época.

Do lado do Marselha, que terá de regresso o ex-FC Porto Mbemba, o técnico Igor Tudor lamenta a falta de público – “sentiremos a falta dos nossos adeptos” – e assume que a margem para errar é nula: “Só temos que fazer o nosso jogo e esforçar-nos para não falhar. Na Liga dos Campeões, não jogamos mal, fizemos boas actuações contra equipas fortes. Não conseguimos pontuar, mesmo que merecêssemos. Frente ao Sporting, não podemos errar para conseguir pelo menos um ponto.”