Depressão aumentou nos adolescentes e afecta 42% dos jovens

Um novo estudo da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra concluiu ainda que 28,5% dos mais de cinco mil jovens inquiridos expressaram sintomas de depressão moderada ou grave. O género feminimo revela piores indicadores de saúde mental.

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Sintomas de depressão nos adolescentes voltaram a aumentar Unsplash/Fernando @cferdophotography

Um estudo coordenado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e divulgado esta quinta-feira indica que os sintomas de depressão nos adolescentes voltaram a aumentar, afectando 42% dos inquiridos a nível nacional.

O estudo, desenvolvido no ano lectivo 2021/22, conclui que 42,2% dos adolescentes no país apresentam “sintomatologia depressiva”, afirmou a ESEnfC, que coordena o programa de prevenção de comportamentos suicidários em meio escolar, Mais Contigo. De acordo com nota de imprensa, é “o género feminino a denotar piores indicadores de saúde mental”.

A investigação teve por base uma amostra de 5440 jovens, com uma média etária de cerca de 14 anos e a frequentarem mais de 150 escolas de norte a sul de Portugal (incluindo a Região Autónoma da Madeira). Segundo a nota de imprensa da escola, 28,5% dos adolescentes expressaram indícios e manifestações de depressão moderados ou graves.

Segundo o coordenador do programa e docente na instituição do ensino superior, José Carlos Santos, citado na nota, os dados agora obtidos registam a “maior incidência de sintomatologia depressiva desde o início do Mais Contigo”, há 12 anos.

No entanto, o estudo também nota que as intervenções em contexto escolar levam a uma melhoria ao nível do bem-estar e uma diminuição dos sintomas de depressão. De acordo com José Carlos Santos, é necessário a saúde mental ser “uma prioridade”, com um planeamento nacional, sem perder “o olhar e práticas de proximidade”.

O trabalho que tem sido desenvolvido “apela a uma maior necessidade de presença de profissionais de saúde mental nas escolas, sejam psicólogos ou enfermeiros de saúde mental, mas também de maior interligação entre a escola e as instituições de saúde”, frisou o responsável.

O coordenador do Mais Contigo salientou, ainda, a “dificuldade de prevenir os comportamentos suicidários, um comportamento complexo, multifacetado, onde as determinantes sociais têm um peso importante e onde a saúde é um dos interlocutores, mas está longe de ser o único, implicando medidas globais, criando sinergias entre os diversos ministérios, da Segurança Social, Emprego, Educação, Ensino Superior, Administração Interna e diversos organismos não-governamentais”.

O programa, promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e pela Administração Regional de Saúde do Centro, é apoiado pela Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental.

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