Movimento “Mulheres pelo Clima” foi lançado esta quarta-feira em Lisboa

Movimento junta mulheres de diversas geografias e dos mais variados sectores, desde cientistas, empresárias, dirigentes a activistas, políticas ou educadoras. “A iniciativa reforça a necessidade de divulgação e promoção da importância do trabalho desenvolvido pelas mulheres enquanto agentes activos, incontornáveis na acção climática.”

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A ONU estima que 80% dos deslocados devido a eventos provocados pelas alterações climáticas sejam mulheres EPA/NADEEM KHAWAR

O movimento “Mulheres pelo Clima, dos países de língua portuguesa para o mundo” foi lançado esta quarta-feira em Lisboa e junta mulheres de diversas geografias e dos mais variados sectores, desde cientistas, empresárias, dirigentes, activistas, educadoras, cuidadoras, políticas, jornalistas e influenciadoras. O movimento afirma estar “comprometido com o progresso e bem-estar das comunidades e a sustentabilidade do planeta, realçando a necessidade de um maior equilíbrio e aproximação entre os direitos humanos e a acção climática, com foco na implementação de modelos de desenvolvimento sustentável”, como refere o texto da apresentação (ver vídeo nesta notícia).

De acordo com o movimento, no actual contexto de guerra e crise climática, a insegurança alimentar e o risco climático atingem níveis de emergência que “afectam sobretudo os mais vulneráveis, os mais carenciados e os mais isolados”. A organização Business as Nature, presidida por Susana Viseu, lançou o movimento “Mulheres pelo Clima, dos países de língua portuguesa para o mundo”, em parceria com o Ministério do Ambiente e Acção Climática, a CPLP e a Casa Comum da Humanidade.

Segundo a Organização das Nações Unidas, as mulheres, as meninas e as comunidades marginalizadas são os grupos mais afectados pelas alterações climáticas e devem ser integrados no planeamento e na implementação das acções com vista à prevenção e mitigação do risco climático, para assegurar que todos possam usufruir igualmente dos benefícios destas acções.

Perante este cenário “a iniciativa reforça a necessidade de divulgação e promoção da importância do trabalho desenvolvido pelas mulheres enquanto agentes activos, incontornáveis na acção climática, na ligação indissociável entre água, energia e alimentos e na promoção da sustentabilidade”.

Assim, pelo movimento “serão dadas a conhecer questões como a afectação das mulheres pelos impactos das alterações climáticas, a importância da sua liderança e participação em soluções para fazer face à acção climática e à protecção dos oceanos e biodiversidade”.

Como ponto de partida do movimento foi lançado também o manifesto “Mulheres pelo Clima - Women 4OUR Climate”, em que os signatários assumem o compromisso de agir e liderar, pelo exemplo, o combate às alterações climáticas, quer através da sua acção individual e institucional, quer através da acção e envolvimento das organizações que representam.

Nesse sentido, subscreve diversos objectivos em cinco eixos de actuação: política, diplomacia e activismo climático, empoderamento e capacitação, empreendedorismo sustentável, ciência, tecnologia e conhecimento, divulgação, comunicação, participação e cooperação e criação de redes.

Esta primeira sessão de subscrição do manifesto foi dirigida especialmente às embaixadoras acreditadas em Portugal e embaixadores dos Estados-membros e observadores da CPLP, entre outros convidados.

O Ministério do Ambiente e Acção Climática vai dar apoio institucional e financeiro ao movimento e ao seu manifesto, garantiu a secretária-geral do ministério. Segundo a responsável, o ministério “está profundamente envolvido nas matérias que este manifesto volta a colocar em cima da mesa”.

“Estamos empenhados e sabemos que temos que o fazer”, afirmou Alexandra Carvalho, sublinhando que “tudo começa pela acção individual de cada um” e que o manifesto tem “isso na sua génese”.Neste contexto, assegurou, o ministério “continuará a incentivar a acção individual e colectiva”, bem como a “apoiar institucionalmente e às vezes financeiramente”.

“O apoio do Ministério do Ambiente não é só institucional é também financeiro”, reforçou a secretária-geral adiantando que já foi dado apoio ao arranque do manifesto apresentado hoje na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, disse acreditar que os Governos “estão mobilizados para uma participação activa na 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, prevista para ter lugar no Egipto, em Novembro próximo, ocasião que se constitui como um espaço de excelência para a identificação e definição de decisões determinantes no rumo do combate às alterações climáticas”.

“Espero que a CPLP consiga uma boa concertação de posições, fazendo ouvir a sua voz e realçando a importância da cooperação multilateral neste domínio”, afirmou. Zacarias da Costa realçou ainda que “o envolvimento das mulheres é crucial para o processo de desenvolvimento sustentável da CPLP e para a sustentabilidade do planeta”.

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