Alemanha assegura fornecimento de gás nos Emirados Árabes Unidos

Empresa alemã chega a acordo com fornecedor de gás natural liquefeito dos Emirados Árabes Unidos, um pequeno passo para a redução da dependência face à Rússia

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Olaf Scholz com o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan EPA/MOHAMED AL HAMMADI/UAE PRESIDENTIAL COURT HANDOUT

Em mais um passo na difícil tarefa de tentar reduzir rapidamente a dependência alemã relativamente à energia proveniente da Rússia, o chanceler Olaf Scholz assistiu este domingo à assinatura de um acordo de exportação de gás natural dos Emirados Árabes Unidos e a Alemanha, que deverá começar a ser aplicado já no decorrer deste ano.

No decorrer da visita do chanceler alemão aos Emirados, a empresa alemã RWE e a companhia nacional de petróleo de Abu Dhabi estabeleceram um acordo que irá permitir, no final do próximo mês de Dezembro, a entrega de 137 mil metros cúbicos de gás natural liquefeito (GNL), que poderá deste modo ser o primeiro a chegar ao mercado alemã através do terminal de importação de Brunsbuttel, perto de Hamburgo na Alemanha.

As duas empresas estabeleceram também um compromisso para novas entregas do mesmo tipo durante o próximo ano, embora não tenham sido tornados públicos as quantidades de gás que virão a ser fornecidas.

O acordo fica muito longe, tendo em conta as necessidades de gás natural da Alemanha, de resolver os problemas que este país enfrenta para garantir, sem depender da Rússia, que terá todo o fornecimento de energia que precisa para a sua economia funcionar normalmente. No entanto, a obtenção de um entendimento com um novo país fornecedor tem relevância simbólica, defenderam os representantes políticos e empresariais alemães presentes este fim-de-semana no Golfo.

“Isto marca um passo importante na construção de uma infraestrutura de fornecimento de GNL na Alemanha e na concretização de uma oferta de gás mais diversificada”, afirma o comunicado da RWE relativo ao acordo. Já Olaf Scholz, que esteve no sábado na Arábia Saudita e que este domingo se dirigiu ainda ao Qatar, fez questão de tornar claras as razões por trás do objectivo de diversificação da Alemanha. Em declarações aos jornalistas, defendeu a importância de “garantir que a produção de GNL no mundo é desenvolvida até a um ponto em que elevada procura que existe actualmente seja satisfeita sem que se tenha de recorrer à capacidade de produção que existe na Rússia”.

Os dois novos terminais de GNL planeados pela Alemanha têm como meta receber até 12,5 mil milhões de metros cúbicos de gás, o que equivale a 13% do consumo alemão desta fonte de energia em 2021, de acordo com os cálculos feitos pela consultora Enerdata, citados pela agência Reuters.

A maior economia europeia enfrenta, durante o próximo Inverno, o risco de não conseguir garantir todo fornecimento de gás de que precisa para manter um nível de actividade normal. Esse é o principal motivo por trás da recente previsão do banco central alemão de entrada da economia em recessão no período de Outubro a Março deste ano.

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