Os Mars Volta ensanduíchados entre a pop e o r&b

Um regresso alimentado pelo conflito entre a vontade de cortar amarras com o passado e saltar sem medo para o futuro.

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A coisa mais revolucionária que poderiam fazer era um álbum pop Fat Bob

E foi quando Cedric Bixler-Zavala decidiu aderir à Igreja da Cientologia que o caldo começou a entornar — ou que, dito de outra forma, os Mars Volta começaram a acabar. Segundo o grupo tem contado em entrevistas, Bixler-Zavala juntou-se à Cientologia convencido de que estava a inscrever-se em algo semelhante “a uma aula de ioga ou um grupo de auto-ajuda” (The Guardian), em 2009, esperançado em controlar a relação intensa com um consumo de erva que lhe fumava também a conta bancária em grandes baforadas. Aos poucos, a igreja que seduziu tanto nome chorudo do meio artístico norte-americano começou a afastar o músico do seu círculo social habitual — nomeadamente de Omar Rodríguez-López, o homem com quem formara os At the Drive-In e que o acompanhara na guinada para uma nova vida enquanto The Mars Volta. E foi assim que, passados quatro anos sobre a cerimónia iniciática de Bixler-Zavala na sua nova religião, os Mars Volta puseram fim à sua trip de rock esquizóide herdado de Frank Zappa e com tangentes frequentes à demência estilística dos Mr. Bungle.

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