Já se pode falar de Godard

Godard teve a coragem de ser como era e de fazer o que tinha a fazer. Quem quisesse, que lhe pegasse. Eu cá gostei imenso de pegar nele.

O mundo ainda não está preparado para Godard. Talvez daqui a um século ou dois, quando se perderem as distinções entre livros e músicas e filmes e pinturas e fotografias e bailados, e houver só obras de arte; talvez, no meio dessa confusão salvífica em que serão abolidas as barreiras que nos impedem de ver a arte como a arte que é, por estarmos sempre à procura de parecenças e de diferenças, de sobreposições e de fronteiras; talvez nesse século se possa começar a reagir a Godard como ele queria que reagíssemos: deslumbrando-nos, divertindo-nos, ficando confusos.

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