Pintor Francisco Ariztía morre aos 78 anos

O artista luso-chileno mudou-se para Lisboa em 1975, após sair do Chile na sequência do golpe de Estado de Pinochet. Entre 1998 e 2002 foi adido Cultural da Embaixada do Chile em Portugal.

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Francisco Ariztía

O pintor luso-chileno Francisco Ariztía morreu este sábado, informou o presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes, João Paulo Queiroz. Numa nota enviada esta madrugada, não é adiantada a causa da morte do artista, que assinalaria na quarta-feira 79 anos.

Ariztía nasceu em Santiago em 1943. Mudou-se para Lisboa em 1975 e obteve a nacionalidade portuguesa em 1988. Foi adido Cultural da Embaixada do Chile em Portugal entre 1998 e 2002.

Estudou na Escola Nacional de Belas Artes, na Universidade do Chile, e partiu, em 1966, com uma bolsa de pós-graduação para Belgrado, na antiga Jugoslávia, para trabalhar em oficinas livres de gravura e pintura na Escola de Belas Artes da cidade.

Em 1968 obteve também uma bolsa de pós-graduação na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts de Paris, e entre 1970 e 1972 viveu e trabalhou em Bolonha, Itália.

Depois de viver em vários países voltou ao Chile, em 1972, onde trabalhou como monitor na Casa da Cultura de Chuquicamata. Regressou com esperanças de mudanças políticas, mas deu-se o golpe de estado de Pinochet, em 1973, e acabou por deixar de novo o país. Foi para França, onde realizou um estágio no Museu da Abadia Sainte Croix, em Sables d"Olonne, sendo convidado em 1974 para participar na Bienal de Veneza.

Em 1975, quando chegou a Portugal, pintou, no Centro Cultural de Alcântara, um mural alegórico ao 25 de Abril, com o título Do tempo da outra Senhora ao tempo novo, e fez vários painéis e pinturas para os filmes do realizador chileno Raul Ruiz.

De 1989 a 1991 foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e professor de desenho e pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa. De 1998 a 2002, Francisco Ariztía foi nomeado adido cultural da Embaixada do Chile em Portugal. Nesse período, criou um mural de azulejos realizado a partir de um original de Roberto Matta, situado na parte norte do Parque das Nações.

Em 2005 e 2006 marcou presença na ARCOmadrid - Feira Internacional de Arte Contemporânea. Participou em várias exposições no Chile, França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Sérvia e Uruguai, e a sua obra está representada no Museu de Arte Contemporânea de Santiago do Chile, no Museu de l"Abbaye Ste Croix, em Sables d"Olonne (França), no Museu de Sassoferrato (Itália), no Museu de Arte Moderna de Bochum (Alemanha), e no Museu de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

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