PSD quer explicações para Governo afirmar que área ardida devia ser superior devido à “severidade meteorológica”

Para os sociais-democratas, as declarações feitas por Patrícia Gaspar “são absolutamente desnecessárias e desrespeitosas para com as vítimas dos incêndios que têm assolado o nosso país”.

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Joaquim Miranda Sarmento é líder da bancada parlamentar do PSD Daniel Rocha

O PSD pediu esta terça-feira ao ministro da Administração Interna o estudo em que se baseia o Governo para considerar que a área ardida este ano deveria “ser 30% superior” e acusou o executivo de “total insensibilidade”.

Num requerimento endereçado esta terça-feira, através do Parlamento, ao ministro da Administração Interna, o grupo parlamentar do PSD refere declarações da secretária de Estado da Protecção Civil na sexta-feira à noite.

Em entrevista à SIC Notícias, Patrícia Gaspar afirmou que, face à “severidade meteorológica”, os “algoritmos e dados dizem que a área ardida” deveria “ser 30% superior” e considerou que, “apesar da complexidade, o dispositivo tem estado a responder bem”.

“Declarações desta natureza denotam uma total insensibilidade, são absolutamente desnecessárias e desrespeitosas para com as vítimas dos incêndios que têm assolado o nosso país, designadamente para com quem tem sofrido e perdido os seus bens”, critica o PSD no requerimento divulgado.

Os deputados sociais-democratas consideram que “estas afirmações carecem de um esclarecimento urgente, designadamente quanto à sua natureza e respectiva fundamentação científica e qual a relação que tais algoritmos têm tido na decisão operacional e técnica e nos meios empenhados no combate aos fogos rurais que Portugal está a sofrer”.

Apontando ser “da maior utilidade que sejam divulgados os estudos científicos que o Ministério da Administração Interna alegadamente possui nos quais se fundamentam as referidas afirmações da secretária de Estado”, o PSD requer que seja remetido ao Parlamento “o estudo que sustenta que a área ardida deveria ser 30% superior aos actuais 93.000 hectares”, bem como “informação sobre a autoria do estudo, designadamente se foi elaborado por entidades externas ao MAI e quando”.

No fim-de-semana, também a Iniciativa Liberal questionou a secretária de Estado da Administração Interna sobre a forma como o Governo está a usar algoritmos na prevenção e combate aos incêndios e se a informação obtida serve para decretar estados de excepção.

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