Governo antecipa um milhão de euros para bombeiros da serra da Estrela

O dinheiro destina-se às corporações de bombeiros com despesas de alimentação e combustível imprevistas devido às chamas na Serra da Estrela.

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Incêndio florestal na Serra da Estrela, 10 de Agosto tiago lopes

O Governo vai “antecipar o pagamento” de um milhão de euros a oito corporações de bombeiros para que possam pagar despesas imprevistas que tiveram com o incêndio na serra da Estrela. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.​

“Tomámos a decisão de antecipar os pagamentos às corporações de bombeiros, às associações humanitárias, tendo em vista garantir que têm liquidez para pagar despesas que tiveram de realizar”, avançou José Luís Carneiro, após uma reunião na sede dos Bombeiros Voluntários de Manteigas, distrito da Guarda, e na qual marcaram presença mais sete corporações da região da serra da Estrela, entre presidentes de associações humanitárias e comandantes.

José Luís Carneiro explica que o dinheiro se destina a ajudar com o pagamento de despesas imprevistas. “Nomeadamente com alimentação e com despesas relativas aos combustíveis. Há também necessidades que têm a ver com viaturas que ficaram danificadas”, notou o ministro. “Esses pagamentos serão realizados muito rapidamente”, prometeu José Luís Carneiro. “O mais breve possível, mal chegue, mesmo por estimativa.”

O gabinete do MAI adiantou entretanto que esta medida de antecipação de pagamentos a corpos de bombeiros vai abranger também as corporações que estiveram envolvidas em incêndios que tenham ocorrido durante as declarações da situação de alerta, ou de contingência, e que cumulativamente tenham mobilizado 250 operacionais e durado 72 horas ou mais.

"Provavelmente o dinheiro não chegará"

Questionado pela agência Lusa, o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Egitanienses, na Guarda, Carlos Gonçalves, disse desconhecer se a verba irá ou não chegar para suportar as despesas dos corpos de bombeiros com o combate às chamas. Do que ouviu de alguns dirigentes, “provavelmente, o dinheiro não chegará”.

“O que é um facto é que, provavelmente, tendo em conta os valores que efectivamente eu ali ouvi [na reunião], que o milhão será curto, mas vamos aguardar”, disse Carlos Gonçalves.

Segundo o dirigente, a corporação de bombeiros da cidade mais alta do país, como base de apoio logístico, regista até ao momento um custo com combustíveis que “rondará os 100 mil euros”, mais “20 a 25 mil euros” com alimentação.

“São esses valores que nós iremos apresentar já à Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, no sentido de eles, no mais curto espaço de tempo, nos poderem adiantar esse valor”, disse.

A reunião entre o MAI contou com a presença da secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, com o presidente da ANEPC, Duarte Costa, e com os responsáveis de oito corporações de bombeiros.

A serra da Estrela foi afectada por um incêndio que deflagrou no dia 6 em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e foi dado como dominado no dia 13, mas sofreu uma reactivação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 à noite.

As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.

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