Ataque contra hotel na Somália termina com 12 mortos e 106 reféns resgatados

Unidade de elite do Exército somali terá matado todos os combatentes da milícia extremista Al-Shabab que lançaram o ataque, na noite de sexta-feira. É o maior ataque do grupo desde a eleição presidencial de Maio.

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O hotel ficou muito danificado e os atacantes podem ter armadilhado o edifício EPA/SAID YUSUF WARSAME

Ao fim de mais de 30 horas de combates que fizeram pelo menos 12 mortos, as forças de segurança da Somália anunciaram a libertação de 106 reféns num hotel na capital, Mogadíscio, e a morte de todos os militantes do grupo extremista Al-Shabab que lançaram o ataque, na sexta-feira.

Os combatentes do Al-Shabab — um grupo, com ligações à Al-Qaeda, que tenta derrubar o Governo somali e impor uma visão extremista da lei islâmica — entraram no hotel Hayat na noite de sexta-feira após a explosão de dois carros armadilhados.

Nas horas seguintes, mantiveram reféns dezenas de hóspedes e de funcionários, e terão armadilhado o edifício, segundo as forças de segurança locais.

“Ainda estamos a investigar a explosão de muitos sacos de plástico que foram espalhados em redor do hotel”, disse um dos militares no terreno, Mohamed Ali, à agência Reuters. A mesma agência avança que prosseguem as operações de segurança no interior do hotel, que ficou muito danificado após a batalha entre a unidade de elite do Exército somali e os extremistas do Al-Shabab.

Segundo a agência AFP, todos os combatentes do grupo foram mortos durante a troca de tiros.

Este foi o primeiro ataque de grandes proporções realizado pelo Al-Shabab desde a eleição de Hassan Sheikh Mohamud para a presidência do país, em Maio.

Mais de sete milhões de pessoas estão à beira da fome devido à seca catastrófica que atinge várias regiões da Somália, segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários — uma situação agravada pelas consequências da guerra na Ucrânia.

As Nações Unidas estimam que quase metade da população (perto de oito milhões de pessoas) precisa de ajuda humanitária, e que 918 mil pessoas já foram obrigadas a deixar as suas casas em busca de água, comida ou pasto, incluindo grupos minoritários.

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