Russos avançam sobre Donetsk mas forças ucranianas resistem

Bombardeamentos fizeram três mortos e 13 feridos. Lei marcial e mobilização geral foi prolongada na Ucrânia por mais 90 dias.

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Militares ucranianos disparam contra forças russas numa acção defensiva na região de Donetsk Reuters/STRINGER

As forças ucranianas relataram, na manhã desta segunda-feira, fortes bombardeamentos russos e tentativas de avanços nas cidades da região leste de Donetsk – que, ultimamente, se tornou o foco principal da guerra lançada a 24 de Fevereiro. Kiev garante, contudo, que tem conseguido resistir e repelir muitos destes ataques no dia em que o Parlamento ucraniano aprovou o prolongamento da lei marcial e a mobilização geral no país por mais 90 dias.

De acordo com responsáveis regionais, três pessoas morreram e 13 ficaram feridas nos bombardeamentos das últimas 24 horas na região de Donetsk.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia também relatou bombardeamentos russos em mais de uma dúzia de cidades na frente sul, particularmente na região de Kherson, controlada maioritariamente por forças russas, mas onde as tropas ucranianas têm vindo a recapturar território.

No seu habitual discurso diário à população, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que, apesar dos bombardeamentos constantes pelas forças russas, “devemos lutar em todos os níveis e em todas as frentes, fortalecer o nosso Estado tanto quanto possível, preservar as nossas unidades e atrair mais países para a nossa coligação anti-guerra.”

“Quanto mais forte a Ucrânia for, mais fraca será a Rússia e, portanto, menos tempo esta guerra durará”, concluiu, observando que Kiev continuará a pressionar para que mais sanções sejam aplicadas contra a Rússia pela comunidade internacional.

Ainda assim, a Rússia tem avançado com os preparativos para realizar um referendo sobre a anexação da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), uma república pró-russa. Contudo, a falta de avanços no domínio militar nas frentes de guerra, não tem permitido a definição de uma data final para a realização deste referendo.

Na sua última actualização sobre a situação na Ucrânia, o Ministério da Defesa do Reino Unido, citado pela Ukrinfotm, afirmou: “A 11 de Agosto de 2022, os media russos informaram que Denis Pushilin, chefe da designada República Popular de Donestk, afirmou que a data do referendo sobre a entrada da RPD na Rússia será anunciada após a ‘libertação completa’ da região”. Algo que ainda não aconteceu a quase seis meses do começo da guerra.

O Ministério da Defesa britânico acredita que “é bem provável que o Kremlin olhe para o seu falhanço militar em ocupar todo o oblast de Donetsk até agora como um revés para os seus objectivos maximalistas na Ucrânia”.

O porta-voz da Defesa russa, o tenente-coronel Igor Konashenkov, afirmou esta segunda-feira que a Força Aeroespacial russa atacou as posições de duas brigadas ucranianas com mísseis de alta precisão na região de Donetsk, provocando 260 baixas.

Konashenkov anunciou, entretanto, que a mesma força atacou “um destacamento temporário de mercenários estrangeiros nas proximidades da localidade de Zolochiv, na região de Kharkiv”, tendo matado mais de 100 “mercenários polacos e alemães” e ferido mais de 50.

As forças ucranianas garantem que eliminaram uma unidade de reconhecimento russo, depois de um ataque perto de Spirne e Ivano-Daryvka. E adiantaram que mataram 200 membros das forças russas nas últimas 24 horas, sendo que a maioria dessas perdas humanas aconteceram nos combates na região de Donetsk.

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