Sem Neres, Benfica tenta segurar eliminatória na Dinamarca

Roger Schmidt levou 24 jogadores para a segunda mão da 3.ª pré-eliminatória da Champions. Ausência do extremo brasileiro forçará o técnico a fazer, contra o Midtjylland, mudanças no “onze” pela primeira vez.

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David Neres foi decisivo no triunfo da primeira mão EPA/MIGUEL A. LOPES

O triunfo na semana passada, por 4-1, no Estádio da Luz, deixa o Benfica com o primeiro dos dois passos que precisa de dar para chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões praticamente dado, mas Roger Schmidt, treinador das “águias”, alertou na antevisão da partida de hoje, na Dinamarca, frente ao Midtjylland (18h45, Sporttv1), que a sua equipa terá que ser intensa e concentrada na segunda mão da terceira pré-eliminatória da Champions. Sem David Neres e com João Mário em dúvida, os “encarnados” vão fazer pela primeira vez mudanças no “onze”, ao terceiro jogo oficial da temporada.

A eliminatória está “no intervalo” e “bem encaminhada” para o Benfica, mas “a experiência” de Roger Schmidt motivou o alerta: “É importante estar concentrado desde o primeiro segundo. Vai ser um jogo exigente, eles têm jogadores muito rápidos na frente e fortes na defesa. Temos de estar preparados.

Após dois jogos oficiais com vitórias clara (4-1 e 4-0) e exibições convincentes, algo raro na época passada no Estádio da Luz, Schmidt afirmou que, depois de usar o mesmo “onze” nas duas partidas (“Eles mereceram jogar”), hoje, após o último treino antes da partida contra o Midtjylland, tomará “a decisão” sobre qual a melhor equipa para defrontar os dinamarqueses.

Sendo certo que David Neres — o reforço, a par de Enzo Fernández, que mais impressionou nos dois primeiros jogos — ficará de fora da partida por lesão, Schmidt pode ser forçado a mudar por completo os extremos da equipa: João Mário integrou a comitiva benfiquista com 24 jogadores, mas está em dúvida depois de ter saído lesionado na passada sexta-feira, contra o Arouca.

Ainda antes de serem revelados os nomes dos atletas que viajaram para a Dinamarca, o treinador alemão admitiu que o internacional português “está muito melhor do que na sexta-feira e no sábado”, mas que seria preciso avaliar a sua condição física nos treinos antes do encontro: “Vamos ver como se sente. Não é 100% seguro [que esteja apto]. Teremos de esperar até ao último treino para ver como se sente.”

Com uma troca na terceira opção para baliza — sai Leo Kobuko, entra Samuel Soares —, Schmidt incluiu na convocatória quatro jogadores que ficaram de fora da estreia na I Liga: o defesa André Almeida, os médios Paulo Bernardo e Diogo Gonçalves e o avançado Diego Moreira.

“4-1 não é 8-0”

Na análise ao que pode ser o segundo round diante do Midtjylland, o treinador do Benfica previu um adversário que vai “à procura de contra-ataques, bolas paradas, ganhar segundas bolas e momentos de transição”. Para contornar isso, o germânico diz que “a abordagem não vai ser muito diferente da do primeiro jogo”, apostando na “posse de bola”, “o mais importante no futebol”.

Desvalorizadas foram as palavras do jovem técnico dinamarquês Henrik Jensen, que, no final da primeira mão, disse que seria preciso “um milagre” para o Midtjylland dar a volta à eliminatória. Com “100% de certeza que, na manhã seguinte”, Jensen já pensava “de forma diferente”, Schmidt mostrou-se seguro de que o rival se “preparou muito para este jogo”. “Acreditam na sua oportunidade e vão tentar, especialmente no início, recuperar. Sei como é o futebol. Isto não é um milagre. 4-1 não é 8-0. É um bom resultado para o primeiro jogo, mas não está feito.”

Ciente das dificuldades que enfrentou em Lisboa e da qualidade do adversário, o discurso de Henrik Jensen reveste-se de grande pragmatismo. No Randers Stadion, o Midtjylland vai lutar por um bom resultado, naturalmente, mas tendo em mente que inverter o rumo da eliminatória será muito pouco provável.

“Vamos tentar desde o início, mas o mais importante é fazer uma boa exibição. Defensivamente, temos de trabalhar em conjunto e sermos compactos, e quando tivermos a bola teremos de ser corajosos”, assinalou o técnico. “Não podemos abrir tantos espaços e conceder tantas oportunidades”, acrescentou.

Para Jensen, o ideal será um jogo mais fechado, em que os jogadores possam ter algum controlo. E quando as oportunidades surgirem no ataque, o treinador espera que os índices de eficácia sejam idênticos aos da Liga dinamarquesa. “Podemos aprender muito ao jogar com um adversário tão virtuoso como o Benfica”, destaca, assumindo que esta partida poderá, no limite, preparar o Midtjylland para a fase de grupos da Liga Europa.

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