O amor e a difamação na corte de Shakespeare

António Pires regressa às Ruínas do Carmo, em Lisboa, com Muito Barulho por Nada, comédia de William Shakespeare em torno de dois pares amorosos. Ou como a difamação pode arruinar uma vida e o amor deve ser uma escolha.

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Miguel Bartolomeu

Hero está morta. Ou, pelo menos, assim pensa Cláudio. Os dois ainda agora iam casar-se, ela surpreendida pelo noivo que lhe calhou em sorte, ele agradecido pela sorte que lhe calhou como noiva, mas logo os rumores de que Beatriz já havia sido cortejada e conquistada por outros puseram fim ao casamento. D. João, querendo alimentar o seu rancor pela família através do anunciado noivado, trata de caluniar a jovem donzela e convence Cláudio – jovem regressado da guerra como herói, ele que “excedeu a promessa da sua juventude e praticou com rosto de cordeiro feitos de leão”, mas que em matéria amorosa é da mais pura inocência – de que a “sua” Hero é “a Hero de toda a gente” e de que aquilo que mais convém à sua honra é desistir da boda. Cláudio, caído em desânimo, recusa a noiva e depois do escândalo, Leonato, governador de Messina, manda publicar que a rapariga está morta, na esperança de que a calúnia tenha remorsos e devolva a boa e justa reputação à sua filha.

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