Piloto morreu após queda de avião no combate aos fogos

António Costa lamenta morte e agradece aos operacionais “pelo empenho e dedicação no combate aos incêndios que têm fustigado o nosso país”.

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Um FireBoss (fotografia de arquivo) DR

Um avião anfíbio FireBoss que estava a participar no combate aos incêndios caiu esta sexta-feira na região de Foz Coa. O piloto morreu, confirmou a Protecção Civil. Trata-se do comandante André Serra, confirmou a Presidência da República, numa nota. “Será recordado pela sua coragem, bravura e dedicação ao serviço”. “Serviu Portugal” na Força Aérea.

Foram enviados para o local meios dos bombeiros dos distritos da Guarda e de Bragança, elementos da Polícia Marítima, meios de busca e salvamento da Força Aérea e dois helicópteros, um do Instituto Nacional de Emergência Médica e outro da Protecção Civil.

“Um avião anfíbio médio FireBoss, do Centro de Meios Aéreos de Viseu, afecto ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, caiu esta tarde, enquanto operava no Teatro de Operações do incêndio em Torre de Moncorvo, Bragança, tendo o alerta sido dado pelas 19h55. Há a registar uma vítima mortal, o comandante-piloto da aeronave”, detalhou a Protecção Civil em comunicado. “Foram, de imediato, accionados todos os meios, em conformidade com o previsto no protocolo aplicável.”

Segundo disse à Lusa o comandante Distrital de Operações e Socorro de Bragança, Noel Afonso, a aeronave anfíbia encontrava-se a operar num incêndio florestal em Urros, no concelho de Torre de Moncorvo, “há algumas horas” e que, segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), estava às 21h35, com 56 operacionais e 20 veículos. “A aeronave teve de ir abastecer ao rio Douro, na zona de Foz Côa, quando se deu o acidente”, concretizou o comandante.

“O óbito foi decretado no local pela equipa médica do helicóptero Instituto Nacional de Emergência Médica. O corpo do piloto ficou carbonizado e o avião anfíbio completamente destruído”, acrescentou à Lusa o presidente da Câmara de Foz Côa, João Paulo Sousa.

Segundo o Correio da Manhã, André Serra tinha 38 anos.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários vai mobilizar equipas de investigação de maneira a estarem no local ao nascer do dia de amanhã, sábado.

"Momento trágico"

O primeiro-ministro lamentou a morte através de uma publicação no Twitter. “Foi com grande consternação que tomei conhecimento do falecimento do piloto que operava uma aeronave que caiu esta tarde no combate ao incêndio em Torre de Moncorvo. Endereço as mais sentidas condolências à família e amigos”, escreveu António Costa.

“A todos os operacionais que estão no terreno, transmito a minha solidariedade e agradecimento pelo empenho e dedicação no combate aos incêndios que têm fustigado o nosso país.”

“É uma perda que nos choca a todos”, disse o Presidente da República à CMTV. Operacionais como o piloto que morreu “são heróis”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa: “Não se imagina as condições em que têm de operar”.

Também o ministro da Administração Interna apresentou “as mais sentidas condolências” à família do comandante-piloto. “Estendo este voto de profundo pesar aos amigos e colegas que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais. Neste momento trágico, dirijo uma palavra de solidariedade a todos aqueles que, de forma empenhada, profissional e generosa, prestam um serviço inestimável ao país no combate aos incêndios. Os meus pensamentos estão com todos aqueles que integram este esforço nacional”, escreveu, em comunicado, José Luís Carneiro, que agradece às autoridades que cooperaram nas operações de resgate.

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