Câmara de Gaia discute alargar prazo para propostas da nova ponte sobre o Douro

Na proposta lê-se que três dos sete candidatos solicitaram ao júri do concurso a prorrogação do prazo para a apresentação dos projectos.

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Conclusão da nova ponte D. António Francisco dos Santos está prevista para o primeiro semestre de 2026 Nelson Garrido

O executivo da Câmara de Vila Nova de Gaia discute segunda-feira a prorrogação, por 42 dias, do prazo para os candidatos do concurso de concepção e construção da nova ponte D. António Francisco dos Santos apresentarem os projectos.

Na proposta, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira e será discutida pelo executivo na segunda-feira, lê-se que três dos sete candidatos solicitaram ao júri do concurso a prorrogação do prazo para a apresentação dos projectos.

De acordo com os documentos, o pedido foi justificado pela “dificuldade na obtenção de preços por parte de potenciais fornecedores”, circunstância “reconhecida” pelo júri do concurso face à aproximação de Agosto, mês “coincidente com o período de férias e encerramento de algumas empresas”.

À Lusa, a Câmara de Gaia esclareceu que nesta fase do concurso, os candidatos vão “apresentar documentos de projecto elaborados ao nível do estudo prévio” e que o prazo, fixado para 01 de Setembro, se prolonga até meados de Outubro.

Em 04 de Julho, à margem da reunião do executivo, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou que nenhum candidato do concurso de concepção e construção da nova ponte D. António Francisco dos Santos foi excluído no decorrer da apresentação do estudo prévio, que decorria até Junho.

Em 20 de Dezembro de 2021, a Câmara do Porto revelou que foram admitidos sete candidatos no concurso de concepção e construção da nova ponte e dos seus acessos, que se estima estar concluída no primeiro semestre de 2026.

De acordo com o relatório final da fase de qualificação foram admitidos sete candidatos: a empresa Puentes y Calzadas Infraestructuras S.L.U., o consórcio de Alexandre Barbosa Borges, S.A. e Construgomes Engenharia, S.A., o consórcio Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A. e Omatapalo - Engenharia e Construção, S.A., o consórcio Afavias - Engenharia e Construções, S.A., Casais - Engenharia e Construções, S.A. e Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A., o consórcio Ramalho Rosa Cobertar, Sociedade de Construções, S.A. e FCC Construcción, S.A., o consórcio Alberto Couto Alves, S.A., Alves Ribeiro, S.A. e Betar Consultores, Lda., e a empresa Conduril - Engenharia, S.A..

Terminada a fase de apresentação dos projectos, que culmina na adjudicação ao vencedor, inicia-se a fase de execução contratual, ou seja a execução de estudos e projectos durante os primeiros 12 meses e a execução da empreitada nos 24 meses seguintes.

A estes três anos, acrescem dois meses para a realização de ensaios, estando prevista a conclusão da obra para o primeiro semestre de 2026.

O preço base do concurso é de 38,5 milhões de euros e o prazo máximo de execução 1.150 dias (ou seja, três anos).

Construída a montante da Ponte de São João e a jusante da Ponte do Freixo, a nova ponte ligará a marginal ribeirinha do Porto (Avenida Paiva Couceiro) à zona de Quebrantões, em Gaia, onde “nascerá uma nova via de ligação à actual rotunda Gil Eanes”.

A nova ponte terá uma extensão de 625 metros, sendo que 300 metros se desenvolvem sobre o leito do rio Douro e os restantes sobre os terrenos de Gaia.

O tabuleiro da ponte D. António Francisco dos Santos, assim designada em homenagem ao falecido bispo da Diocese do Porto, terá duas faixas de rodagem, com duas vias de circulação cada, bem como passeios e ciclovias de ambos os lados.

Do lado do Porto, em termos de acessos, está prevista a construção de uma rotunda sobrelevada à actual Avenida Paiva Couceiro, que se interligará a esta “através de dois ramos de ligação em viaduto”, esclarece a autarquia, acrescentando que se pretende que a continuidade da avenida se mantenha, “reservando a actual marginal, sob a rotunda, para usufruto pedonal e dos meios suaves”.

Já do lado de Gaia, o acesso à futura ponte será feito através da construção de uma rotunda e de um novo arruamento com cerca de 590 metros de extensão, que ligará à rotunda Gil Eanes, objecto também de intervenção para que nela se possa incluir “uma ciclovia em todo o seu perímetro”.

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