Teremos, por melhor resultado de exames, melhores alunos?

Os rankings também poderiam servir para melhoria contínua, para estudar as causas dos resultados e os fundamentos dessa avaliação.

Estes rankings são efetivamente os resultados dos exames nacionais realizados no 12.º ano. Resultados esses que dependem de vários fatores (como por exemplo o estado de saúde, mental e emocional do aluno que os realiza e aquando da sua realização) incluindo, para além das variáveis ambientais externas e internas, os critérios de correção e as próprias provas.

Avaliações feitas sob stress serão fidedignas e permitem comparações e considerações sobre “a(s) melhor(es) escola(s)”?!?!

Poderemos dizer que, de facto, poderão ser as escolas que prepararam melhor aqueles alunos para o resultado do exame. Serão, por isso, melhores escolas? Teremos, por melhor resultado de exames, melhores alunos? Melhores pessoas? Melhores cidadãos? Será o resultado do exame um rótulo de melhor?!!?

Os rankings são usados para comparar… uma comparação de resultados, somente. Serão estes os reais resultados das aprendizagens adquiridas no ensino obrigatório?

A avaliação é, sem dúvida, importante e uma referência quer para as escolas secundárias, quer para as universidades, que utilizam esses resultados para o ingresso dos alunos no ensino superior. O tão esperado, não raras as vezes, acesso ao ensino superior.

Este é um tema que tem estado na agenda da Confap e irá continuar. É importante que se repense o acesso ao ensino superior. Deverão ser as escolas secundárias, pela realização de exames, a selecionar os alunos para ingresso ao ensino superior? Ou, por hipótese, poderão ser as universidades que receberão os alunos a realizar a sua devida seleção mediante critérios de aceitação definidos e, quem sabe, provas específicas, dependendo do objetivo do curso superior — podendo os resultados dos exames servir como referência.

Olhar com seriedade para a avaliação precisa-se! Quer para finalizar o ensino obrigatório, quer como acesso ao ensino superior. E o impacto dessa avaliação deve ser repensado!

Os rankings também poderiam servir para melhoria contínua, para estudar as causas dos resultados e os fundamentos dessa avaliação e para desenvolver medidas efetivas para garantir que sejam todas as melhores escolas!

Quanto a melhor escola, temos a “Escola Amiga da Criança”, que promove escolas onde as crianças e jovens sorriem, são verdadeiramente mais felizes e, através de pequenos gestos, transformam grandes momentos e se reinventam e, por vezes, com tão pouco, e consequentemente conseguem melhores resultados académicos. “Escola Amiga da Criança” — “Ideias simples que se tornam projetos extraordinários!”.

Os rankings são o medidor que temos atualmente, usemos esses dados para comparar e para encontrar medidas para trazer equidade às nossas escolas, que sejam desenvolvidas metodologias agregadoras e verdadeiramente inclusivas!

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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