Área Metropolitana do Porto “traça plano” para “melhorar e racionalizar uso da água”

Plano Metropolitano para a poupança da água resulta de um protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que vai financiar em 85% os cerca de 580 mil euros a investir neste projecto.

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AMP age "de forma preventiva" no combate à escassez de água RUI GAUDENCIO

A Área Metropolitana do Porto (AMP) “traçou um plano” para “melhorar e racionalizar uso da água” que pretende “servir de exemplo” e “agir de forma preventiva” no combate à escassez daquele recurso, anunciou nesta sexta-feira o presidente daquela entidade.

O Plano Metropolitano para a poupança da água, aprovado pelos 17 municípios que constituem a AMP, numa reunião do conselho executivo, resulta de um protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que vai financiar em 85% os cerca de 580 mil euros a investir, de uma verba de cinco milhões de euros prevista no Fundo Ambiental, sendo que caberá a cada município a comparticipação de cinco mil euros.

No âmbito desta iniciativa, a AMP vai promover “acções de sensibilização directa” durante a época balnear para a importância do “bom uso” da água nas zonas balneares e de lazer, financiar “políticas de rega sustentáveis”, criar um “manual de boas práticas” sobre regra de jardins públicos, fontanários e outros equipamentos, um concurso vocacionado para as escolas para desenvolverem “propostas de intervenção num alógica de democracia participativa” e duas “grandes conferências” temáticas em dois concelhos da AMP.

“A AMP vai ser pioneira neste aspecto apesar de poder parecer estranho estar a desenvolver uma iniciativa destas numa área onde o problema da escassez de água não é tão premente. O que pretendemos é agir antes de termos este problema, de forma preventiva”, explicou o presidente da AMP, Eduardo Vítor, na apresentação do plano.

Segundo o também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o ponto de vista é que, “exactamente porque a AMP ainda não tem um grande problema [de escassez de água], é que deve trabalhar a questão de forma a antecipar e a se preparar”.

Eduardo Vítor salientou que “é muito importante consciencializar a população” e que as autarquias devem “dar o exemplo” em algumas práticas: “Vejamos os sistemas de rega, por exemplo. Ainda andamos a seguir a regra do relógio, quando é mais eficiente a regra com base na humidade. Havendo humidade não é activada, quando não é detectada humidade é feita a regra”, exemplificou.

O plano da AMP prevê também a criação de um “manual de boas práticas” a “ser desenvolvido por especialistas, seja da Faculdade de Arquitectura, seja da de Engenharia que fique e que sirva além da AMP, que seja utilizado por outras autarquias e entidades”.

Do lado das autarquias presentes da reunião, o plano apresentado foi bem recebido: “É um assunto importantíssimo e premente e é importante darmos este sinal de preocupação com a água numa altura em que vão proliferar de incêndio florestais que nos vão consumir muita água e meios”, referiu o autarca de Vale de Cambra, José Pinheiro.

Os autarcas da Maia e Arouca mostraram-se também satisfeitos, com a vice-presidente da Câmara Municipal da Maia, Emília Santos, a destacar a “capacidade de trabalhar e planear a prevenção” que o plano da AMP representa.

No mesmo sentido, o presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis, apontou a “Importância do planeamento metropolitano” e de “seguir uma lógica metropolitana” no combate à escassez de água.

Eduardo Vítor adiantou que o Plano Metropolitano para a poupança da água “vai ser contratualizado em breve” e que “ainda este mês de Julho” vai ter as primeiras acções.

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