40 anos depois, rinocerontes regressam ao parque moçambicano do Zinave

Os animais foram transferidos da África do Sul com o objectivo de repovoar a região com rinocerontes. O Parque Nacional do Zinave tem 408 mil hectares e foi dizimado após a guerra civil moçambicana que durou 16 anos.

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Os primeiros rinocerontes regressaram, no final da semana passada, ao Parque Nacional do Zinave, ao fim de 40 anos, resultado da cooperação entre Moçambique e a fundação sul-africana Peace Parks. “Os primeiros 19 rinocerontes brancos foram transferidos com sucesso da África do Sul para o Parque Nacional do Zinave através da mais longa transferência rodoviária de rinocerontes já feita”, refere a organização, em comunicado.

O objectivo é repovoar o parque com rinocerontes ao longo dos próximos anos, introduzindo uma nova população que se vai reproduzir, mas também repetindo a operação de transferência.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, assistiu à chegada dos animais que vão fazer do Zinave “o único parque moçambicano com os cinco grandes” — numa alusão ao leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte.

“Até ao momento, 2.400 animais de caça, representando 14 espécies diferentes foram introduzidos no Zinave, incluindo elefantes, girafas, búfalos, zebras, gnus, leopardos e hienas”, detalha a fundação Peace Parks.

A organização, fundada em 1997, entre outros, pelo então presidente sul-africano Nelson Mandela, aponta a reintrodução dos rinocerontes no Zinave como um marco importante para proteger a espécie que tem estado na mira de caçadores. “Na última década, mais de 8.000 rinocerontes pretos e brancos (mais de um terço de toda a população restante no mundo) foram abatidos por caça furtiva na África Austral”, realça.

O Parque Nacional do Zinave tem 408 mil hectares e foi dizimado após a guerra civil moçambicana que durou 16 anos.

A Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) de Moçambique e a Peace Parks associaram-se e iniciaram a recuperação do parque em 2016.

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