Montanha russa a preço de saldos nos transportes de Lisboa

Quem, como eu, usa diariamente os transportes públicos para se deslocar para o emprego conhece os dilemas diários que enfrentamos. Quem utiliza os autocarros da Lisboa Transportes/Vimeca sabe, ainda melhor, que temos acesso a uma montanha russa de emoções e dilemas com o valor do passe mensal.

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francisco romao pereira

A Carris Metropolitana inicia nesta segunda-feira a operação nos restantes concelhos da margem sul do Tejo. Ficam de foram do início desta operação os concelhos mais populosos, cuja média de utentes diários tem vindo a subir, muito por conta do valor do passe mensal.

Quem, como eu, usa diariamente os transportes públicos para se deslocar para o seu emprego conhece os dilemas diários que enfrentamos. Quem utiliza os autocarros da Lisboa Transportes/Vimeca sabe, ainda melhor, que temos acesso a uma montanha russa de emoções e dilemas com o valor do passe mensal.

Pegando no exemplo da carreira que liga o concelho da Amadora ao de Cascais (passando por Sintra e Oeiras), esta viagem é o equivalente a uma manhã na antiga feira popular de Lisboa.

Chegar à paragem a horas é sinónimo de não saber se o autocarro vai passar. Ou se vai chegar atrasado. Ou se vai ficar parado no caminho por avaria. Ou se o sistema de travagem está a funcionar em condições. Ou se nesse dia se vai sentir numa sardinha em lata ou na primeira classe de um voo da Emirates.

As repostas da empresa às contínuas reclamações são vagas (para não falar da repetição dos mesmos argumentos). A falta de material circundante é uma das razões apontadas, prontamente desmentida com a imensidão de carros disponíveis para circular que se encontram parados no parque automóvel da empresa.

Muitos são os casos de motoristas que, em jeito de desabafo, se queixam da falta de condições de trabalho, ficando muitas vezes na “sala de pessoal” por não lhes ser atribuído carro para trabalhar. Outros tantos, principalmente nos últimos tempos, são agredidos física e verbalmente pelos utentes impacientes por tanta espera. E as promessas vão-se repetindo.

A Área Metropolitana de Lisboa indica que a operação nestes concelhos se iniciará em Janeiro de 2023. E, até lá, os seus utentes vão continuar a viajar em condições desumanas?

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