Incêndio ameaça ruínas incas na zona de Machu Picchu

Autoridades estão a avaliar os estragos provocados pelo fogo, que terá começado devido a uma queimada agrícola. Vento forte e maus acessos dificultam combate às chamas.

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Reuters/Ministry of Culture of Peru

Um incêndio que lavra desde terça-feira já consumiu cerca de 40 hectares de pastagens e floresta dentro do Parque Arqueológico de Machu Picchu, no Peru, ainda que se mantenha para já longe das ruínas daquela cidadela inca.

O fogo iniciou-se em San Antonio de Torontoy, um pequeno povoado agrícola situado nas margens do rio Urubamba, onde também existem ruínas incas que foram ameaçadas pelas chamas. Trata-se de uma zona de relevo muito acidentado, com abundante vegetação e precários acessos rodoviários. Por esse motivo, os comboios que habitualmente transportam os turistas para Machu Picchu, e que circulam à beira-rio, foram utilizados para levar bombeiros e material.

Roberto Abarca, director da Protecção Civil da província de Cusco, disse que o incêndio terá tido origem numa queimada e que o vento forte levou à sua propagação. O combate às chamas é dificultado por ser uma zona montanhosa, pelo que os bombeiros optaram por deixar o fogo progredir até locais mais acessíveis para poderem atacá-lo mais eficazmente.

A Direcção de Cultura da província de Cusco, onde se situa o parque arqueológico, informou que “pessoal especializado está a avaliar” de que forma as ruínas em Torontoy foram afectadas, assegurando também que “não existem danos” em Machu Picchu. A monumental cidadela inca está situada no topo de um morro com 2400 metros de altitude e rodeado por floresta densa. O parque arqueológico tem mais de 37 mil hectares onde estão espalhados à volta de 60 monumentos da época inca.

Construído no século XV, Machu Picchu nunca foi encontrado pelos colonizadores espanhóis e só no início do século XX é que a sua existência foi revelada. Considerado Património da Humanidade pela UNESCO e eleita uma das novas maravilhas do mundo por votação popular, a cidadela é a maior atracção turística do Peru, recebendo cerca de um milhão de visitantes por ano.

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