Confraria do Vinho Medieval de Ourém entroniza novos confrades

A Confraria do Vinho Medieval de Ourém vai ser apresentada na quinta-feira, numa iniciativa da Associação de Promoção da Vitivinicultura do Concelho de Ourém (VitiOurém), para defender e promover este vinho.

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Com a criação da Confraria do Vinho Medieval de Ourém, a ideia é que “seja reforçada a promoção e defesa deste património histórico que é uma marca única e relevante do concelho de Ourém e que deve ser um dos embaixadores privilegiados deste concelho”, refere a VitiOurém, em nota de imprensa.

A iniciativa, com início às 10h, no Castelo de Ourém, inclui a primeira cerimónia de entronização de confrades, “na qual se incluem várias individualidades do plano local e nacional que foram decisivos para a instituição da DOP [Denominação de Origem Protegida, em 2005] Medieval de Ourém”, lê-se na mesma nota.

Segundo o presidente da VitiOurém, António Lopes, a Confraria, criada há um ano, tem 22 confrades fundadores e oito de mérito, num total de 30. Entre os confrades estão os ex-secretários de Estado Bianchi de Aguiar e Carlos Duarte, que estiveram envolvidos na criação da DOP, autarcas e antigos autarcas ou o ex-produtor António Marques da Cruz, considerado um dos impulsionadores deste vinho, também conhecido como vinho palhete, assim como a Câmara e Assembleia municipais de Ourém.

A VitiOurém, criada em Setembro de 2000, tem vindo “a trabalhar para a promoção e defesa do Vinho Medieval de Ourém, cujo método de produção é certificado e tem origens que remontam à fundação” do país, “quando foi instituída em Portugal a Ordem de Cister liderada por Bernardo de Claraval”, cujos monges trouxeram “os novos métodos de fazer agricultura e onde se incluiu também a produção de vinho”, explica o responsável.

A associação esclarece que “o Vinho Medieval de Ourém mantém hoje em dia o mesmo método que era utilizado há 850 anos e, por isso, é considerado um vinho único, uma vez que é apenas no concelho de Ourém que o método de produção se manteve inalterado desde a época da fundação”.

“É um vinho cor de cereja produzido com 80% de mosto branco e 20% de “tinta”, sendo que a “tinta” [mosto mais a casca de uvas tintas em curtimenta] é misturada quatro a 10 dias depois ao branco também em fermentação”, explica António Lopes.

Segundo a VitiOurém, prevê-se que, “numa fase posterior, venha também a ser instituída uma Câmara de Provadores, para complementar o trabalho já efectuado e para apoiar localmente os pequenos viticultores, para que vejam o seu produto valorizado em termos de mercado e, assim, mantenham vivo este património que importa preservar”.

A VitiOurém tem 10 associados ativos a produzir Vinho Medieval de Ourém. O ano passado foram produzidos cerca de quatro mil litros deste vinho e a associação quer apostar no aumento da produção, adiantou o presidente.

“Existe um novo entusiasmo na VitiOurém. Há associados novos e vitivinicultores jovens que estão a plantar vinhas. E há vitivinicultores de fora do concelho que já estão a plantar vinhas no concelho e a adquirir uvas para produzir Vinho Medieval de Ourém”, acrescenta. De acordo com o dirigente, a produção deste vinho circunscreve-se ao concelho de Ourém, também “único local do país com este método de produção”.

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