Las Vegas Goldmine

É uma “missa” por e para Santo Elvis, mas sem olhar singular sobre a figura.

Foto
Austin Butler está à altura da energia do seu modelo: Elvis

Uma missa por e para Santo Elvis Presley? Sim, com certeza, já tardava (tem mais de quarenta anos o Elvis que John Carpenter fez para a televisão com Kurt Russell), o homem merece todas as homilias, e sobretudo merece ser “recentrado” (quer dizer, voltar a ser posto num centro) para a cultura do século XXI, quando se pressente uma certa perplexidade na maneira de o abordar — o miúdo branco que sugou as referências da música e da cultura negra no meio das quais cresceu para as devolver numa versão aceitável (“ma non troppo”, obviamente) e, sobretudo, vendável, para a grande classe média branca americana. “Ah, é um rapaz branco…”, sussurra duas vezes o Coronel Tom Parker (Tom Hanks) quando o ouve na rádio, subentendendo-se que um rapaz branco é uma coisa que ali, em plenos anos 50 americanos, já se podia vender. Mas, e ainda a este respeito, é da música negra, dos seus vultos como BB King, Little Richard, Mahalia Jackson, que Baz Luhrmann aproxima Elvis, são eles os seus companheiros; em ruptura, no outro lado, ficam os crooners da country.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar