Roubado canhão do século XVIII em Valença

Canhão“foi arremessado muralha abaixo” e atirado para o fosso da Fortaleza de Valença. Autarca está “revoltado e indignado”.

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Um canhão do século XVIII foi roubado na última madrugada da Fortaleza de Valença. “Trata-se de um magnífico exemplar de armamento bélico, que estava exposto no Baluarte do Socorro, no interior” da fortaleza, revela a Câmara de Valença em comunicado.

O canhão, pertencente ao Arsenal Real do Exército, data do reinado de D. João V.

“Ao que tudo indica, o canhão foi arremessado muralha abaixo, para um patamar intermédio, e novamente atirado para o fosso da fortaleza, onde terá sido recolhido e transportado”, indica a autarquia.

Citado no comunicado, o presidente da Câmara de Valença, José Manuel Carpinteira, mostrou-se “profundamente revoltado e indignado com mais um situação de roubo/vandalismo na cidade”, desta vez a um “elemento de incalculável valor histórico e patrimonial”.

A Polícia Judiciária já esteve no local a recolher provas. Os restantes canhões existentes na fortaleza foram retirados e guardados para prevenir novas tentativas de furto.

A fortaleza, o principal ex-líbris de Valença, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas. Monumento nacional, candidata a Património da Humanidade, assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.

A fortaleza desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3.500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.

Em Dezembro de 2019, a Câmara de Valença, juntamente com os municípios de Almeida, Elvas e Marvão formalizaram, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a candidatura conjunta das Fortalezas Abaluartadas da Raia a Património Mundial.

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