A melhor versão da selecção continua a ser com Ronaldo

Portugal goleou a Suíça, por 4-0, num jogo em que Fernando Santos promoveu várias alterações face ao embate com a Espanha.

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EPA/MIGUEL A. LOPES

Não foi a melhor das épocas para Cristiano Ronaldo, pelo menos não foi ao nível que habituou o mundo em quase 20 anos na ribalta. O que é o mesmo que dizer, sem títulos e a marcar golos numa equipa que se desabituou de ganhar. Mas a selecção portuguesa é sempre um porto seguro para o avançado. Mais do que isso, a melhor versão da selecção tem sempre de o incluir. E isso ficou mais do que evidente neste domingo, no triunfo português sobre a Suíça em Alvalade, por 4-0, na 2.ª jornada da Liga das Nações. Depois de ter tido pouco impacto como suplente utilizado no empate com a Espanha, Ronaldo foi titular e marcou dois golos, aumentando a sua já impressionante estatística com a selecção: 117 golos em 188 jogos.

Mas é redutor dizer que esta selecção jogou melhor frente aos suíços do que contra os espanhóis apenas pela presença de Ronaldo – a começar pelo próprio adversário, bem menos argumentativo que a “roja”. Claro que ajuda ter um dos melhores finalizadores da história do futebol, mas é preciso chegar à baliza do adversário e, nesse capítulo, Portugal esteve brilhante, com o seu núcleo do meio-campo a funcionar na perfeição, sobretudo William Carvalho, numa posição mais adiantada para fazer o uso da sua enorme visão e capacidade de passe, bem secundado por Rúben Neves e Bruno Fernandes.

Fernando Santos cumpriu aquilo que tinha prometido, operando seis mudanças no “onze” em relação ao jogo de Sevilha. Para além da introdução de Ronaldo, regressaram Rui Patrício, Nuno Mendes, William, Neves e Diogo Jota para este reencontro com a Suíça, exactamente três anos depois de um confronto no Dragão que valeu a Portugal a qualificação para a final da primeira edição da Liga das Nações. Havia alguma expectativa para ver se haveria um “upgrade” em relação à exibição pouco brilhante em Sevilha, mas os primeiros minutos não foram nada prometedores.

A Suíça festejou primeiro em Alvalade. Aos 6’, num canto marcado a partir da direita, Haris Seferovic aproveitou uma enorme confusão na área portuguesa para marcar, um golo amplamente festejado pelo avançado do Benfica. Mas o VAR detectou uma ilegalidade na jogada: numa luta aérea com Pepe, Fabian Schar jogou a bola com o braço, invalidando tudo o que aconteceu a partir daí.

Após o susto, acompanhado por um par de iniciativas sem consequência de Shaqiri, só deu Portugal no jogo. Aos 15’, num livre directo em posição frontal, avançou Cristiano Ronaldo. A bola foi rasteira e com força, passou pela barreira e foi desviada sem grande critério pelo guarda-redes Kobel. William saiu da barreira no momento exacto e estava no sítio certo para fazer o 1-0, na recarga.

Até ao intervalo, mais dois golos – mas podia ter sido o dobro. Aos 35’, umas das melhores jogadas em tempos mais recentes da selecção portuguesa deu em golo de Ronaldo. Toque de cabeça de Otávio, a bola segue para Bruno Fernandes, passa por Diogo Jota e acaba com CR7 a fazer o 2-0. Quatro minutos depois, a combinação foi entre Bruno Fernandes, Nuno Mendes e um primeiro remate de Jota, para Ronaldo fazer o 3-0.

A Suíça praticamente nada fez depois do seu golo anulado aos 6’ e podia ter saído de Alvalade com uma goleada bem maior. Depois dos três da primeira parte, sofreu apenas mais um na segunda parte, uma conexão entre dois jogadores que se conhecem desde miúdos. Foi tudo bem feito. Bernardo Silva libertou a bola no momento certo e Cancelo foi em modo locomotiva até ao ponto em que podia marcar e aplicou um remate certeiro para o 4-0, aos 69’.

Alvalade ainda passou os últimos 20 minutos a pedir “só mais um”, mas não veio mais nenhum. Talvez haja um ou vários na próxima quinta-feira, frente à República Checa, de novo em Alvalade, num jogo em que vai estar em causa a liderança do agrupamento.

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