Comissão Europeia em Portugal e Governo apelam a reforço da paz no Dia da Europa

A comissária europeia Elisa Ferreira e a ministra da Presidência recordaram os valores fundadores da União Europeia. Apontaram como desafio primeiro da Europa o reforço da paz.

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Elisa Ferreira, Comissária Europeia, assinalou o Dia da Europa em Évora EPA/PAULO NOVAIS

No dia em que se comemoram os 72 anos da Declaração de Schuman, Elisa Ferreira, comissária europeia, e Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, assinalaram nesta segunda-feira, na sessão protocolar do Dia da Europa, em Évora, a necessidade de a Europa reforçar a paz, que consideram ser “o grande legado” da União Europeia (UE), num momento em que “a guerra regressou ao continente europeu”.

"A invasão da Ucrânia constituiu um despertar brutal para a realidade de que a paz, a democracia e a liberdade são construções frágeis que precisam de um compromisso renovado todos os dias porque o nacionalismo, a tirania e a opressão nunca estão banidos”, afirmou a comissária europeia, salientando que a ofensiva das tropas russas veio reforçar “que o que nos une é muito mais forte do que aquilo que nos separa”, apesar de a UE ser ainda vista “com desconfiança e pouco entusiasmo por tantos cidadãos”.

Defendendo que o actual contexto, de pandemia e guerra, exige um “regresso às origens”, Elisa Ferreira relembrou os “grandes valores da Europa” — a dignidade humana, a solidariedade e o desenvolvimento sustentável — que defendeu estarem concretizados no Programa de Recuperação e Resiliência, cuja primeira tranche foi entregue ao Governo, na pessoa de Mariana Vieira da Silva, no mesmo evento.

Em recordação do documento fundador da UE, a representante europeia responsável pela Coesão e Reformas, apelou também a que a Europa caminhe “com realizações concretas” que aproximem “cada vez mais a UE dos cidadãos”, a fim de se garantir “o reforço e a defesa” da Europa.

Na mesma linha, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, considerou que “nunca como hoje foi tão pertinente invocar os valores fundadores da UE”, como “a integração num espaço comum de paz e de desenvolvimento”. E defendeu que a agressão “injustificada e ilegal” por parte da Rússia colocou a nu a necessidade de os países europeus agirem de forma “cada vez mais integrada”.

Apontando como exemplos recentes do sucesso da UE a aquisição de vacinas ou a criação do PRR, a ministra aproveitou também o momento para deixar uma nota positiva sobre a integração europeia de Portugal, cuja adesão à UE defende ter contribuído para “a consolidação do processo democrático” e o “desenvolvimento” do país. Isto, no que toca ao combate a “défices históricos” e “desequilíbrios externos” ou a “atrasos estruturais” na área das qualificações, do emprego e das desigualdades.

​Uma vez que este ano se celebra também o Ano Europeu da Juventude e o 35.º aniversário do programa Erasmus, Mariana Vieira da Silva deixou ainda um desafio aos jovens para interpelarem as instituições quanto “aos desafios que se colocam ao espaço europeu e ao aprofundamento da integração”.

As comemorações, organizadas pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, tiveram lugar no Palácio de D. Manuel e no Jardim Público de Évora, cidade que Elisa Ferreira caracterizou como sendo “testemunho da mesma diversidade cultural e histórica que caracteriza o projecto comum europeu”.

Estiveram presentes, além do Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, a representante da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Moreira de Sousa, e a Embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets.

Ao longo da tarde, a cerimónia contou com programas de música e poesia, uma conversa entre Elisa Ferreira e jovens da região e a cerimónia do Prémio de Jornalismo Fernando de Sousa.

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