CGTP exige salário mínimo de 800 euros a partir de Julho e UGT quer salário médio a subir

A líder da CGTP pediu medidas extraordinárias para responder ao aumento da inflação. O secretário-geral da UGT prometeu luta em 2023.

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Nuno Ferreira Santos
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O espírito de Abril esteve presente Nuno Ferreira Santos
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Sindicalismo no 1.º de Maio Nuno Ferreira Santos
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Isabel Camarinha, da CGTP, a discursar Nuno Ferreira Santos
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Vista geral do jardim Nuno Ferreira Santos
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Bandeiras vermelhas Nuno Ferreira Santos

A CGTP defende que a situação extraordinária que se vive em Portugal, com a inflação a ultrapassar os 7%, exige “medidas extraordinárias” como o aumento do salário mínimo para os 800 euros a partir de 1 de Julho ou a actualização de todas as pensões em pelo menos 20 euros ainda este ano.

“Falam em contas certas, mas quem trabalha e trabalhou vive na incerteza e com incapacidade de fazer frente às contas de cada mês. Meses que são cada vez maiores para os salários e as pensões”, sublinhou a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, no discurso que encerrou as celebrações do 1.º de Maio.

“Não aceitamos que o patronato e o Governo usem a patranha de que os aumentos dos salários provocam uma espiral da inflação. Para uma situação extraordinária, exigem-se medidas extraordinárias”, desafiou, dirigindo-se aos milhares de pessoas que se concentraram no jardim da Alameda, em Lisboa.

“Um trabalhador com um salário de 800 euros, já baixou para 744 euros, perdeu 56 euros. Perdeu-os agora e é agora que o poder de compra tem de ser reposto e não no ano quem vem ou no Dia de São Nunca à Tarde”, insistiu.

A central sindical defende o aumento extraordinário do salário mínimo dos actuais 705 euros para os 800 euros a partir de 1 de Julho, o aumento de todos os trabalhadores em 90 euros e a subida de pensões num mínimo de 20 euros. Além disso, quer ainda aumentos para os salários que, tendo sido actualizados, foram absorvidos pela inflação, assim como medidas de controlo dos preços da energia.

Isabel Camarinha assumiu que estas reivindicações “exigem a intensificação da luta” que, em alguns sectores, já levou ao aumento dos salários ou à integração de precários.

No imediato, estão marcadas greves no Metropolitano de Lisboa, na EMEL, na Worten ou na CP. E no dia 20 de Maio está prevista uma manifestação dos trabalhadores da Administração Pública.

Estas propostas fazem parte da resolução aprovada na tarde deste domingo, na qual se exige também o combate à precariedade, as 35 horas semanais, o fim da caducidade dos contratos colectivos e o reforço dos serviços públicos.

As reivindicações da UGT

No caso da UGT, o novo secretário-geral da central sindical assumiu que o aumento do salário médio é fundamental e que o 1.º de Maio de 2023 poderá ser de luta caso as condições dos trabalhadores piorem até lá.

“A nossa comemoração desta efeméride tão querida aos trabalhadores poderá decorrer sob o signo da luta, mas se tal acontecer não será certamente por nossa vontade, porque a preferência pelo diálogo está na génese da UGT”, disse Mário Mourão no seu discurso do Dia do Trabalhador.

“A luta [no próximo 1.º de Maio, na rua] acontecerá se os governos e patrões fizerem orelhas moucas aos salários dignos que exigimos para a administração pública, para o sector privado e para o sector empresarial do Estado”, disse Mário Mourão.

A seguir, elencou algumas das exigências que os trabalhadores vão fazer durante os próximos meses e passou alguns temas em revista, como: a precariedade, a reposição do poder de compra devido à subida da inflação, os “despedimentos selvagens e injustificados, denominados hipocritamente de rescisões por mútuo acordo” e o impacto das fusões, concentrações ou vendas de grandes empresas. O sindicalista alertou também para o “círculo vicioso” que existe na emigração.

“Não é admissível que após anos e anos de investimento por parte dos pais e dos próprios alunos, estes sejam irremediavelmente remetidos para infindáveis desafios da emigração, escolhendo países de acolhimento que, a troco de salário e de condições laborais bem mais dignificantes, beneficiam do investimento feito pelo Estado português, que assim fica mais depauperado”, disse Mário Mourão.

“O nosso tecido económico não está a conseguir absorver as qualificações profissionais proporcionadas pelo Estado, o que gera um círculo vicioso de onde importa sair imediatamente”, alertou o sindicalista. com Lusa

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