Dostoiévski, um “autor diabólico” num jogo de contradições

O encenador francês Sylvain Creuzevault apresenta no Teatro São João, esta sexta-feira e sábado, uma adaptação de Os Irmãos Karamazov, o último romance do escritor russo, numa altura em que o boicote cultural à Rússia está na ordem do dia.

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Quase quatro horas de Os Irmãos Karamazov chegam ao São João numa encenação do actor e encenador francês Sylvain Creuzevault simon gosselin
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Dostoiévski tem sido uma das grandes obsessões de Sylvain Creuzevault simon gosselin

Apesar de o “odiar” (spoiler explicado mais à frente), Fiódor Dostoiévski tem sido uma das grandes obsessões do encenador e actor francês Sylvain Creuzevault (n.1982). Desde 2016, ano que que se tornou artista associado do Teatro Odéon, instituição-referência nas artes performativas francesas, Creuzevault fez quatro encenações a partir da obra do escritor, filósofo e romancista russo (1821-1881), num empreitada hercúlea com tanto de admirável como de ligeiramente suicida, tendo em conta a experiência emocionalmente avassaladora e indigesta que é mergulhar na maior parte dos romances deste titã da literatura. Depois de se ter atirado a Os Demónios, O Adolescente e a O Grande Inquisidor, em 2021 estreou a sua adaptação de Os Irmãos Karamazov (1880), a obra final do autor russo. Esta sexta e sábado, Sylvain Creuzevault leva esta corrida de fundo com quase quatro horas ao palco do Teatro São João, num espectáculo integrado na programação da Temporada Cruzada Portugal-França 2022.

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