Macron e as duas Franças

Se o cerne do programa de Mélenchon contra Macron é o populismo económico, então é indistinguível de Le Pen. Não admira que, segundo as sondagens, o seu eleitorado que viajará para a extrema-direita e para a abstenção seja o dobro do que votará no actual Presidente.

O mapa eleitoral que em 2017 levou Emmanuel Macron ao Eliseu mostrava uma fronteira diagonal que dividia França em dois países. De um lado, a oeste e a sudoeste, estava a França vencedora da globalização: a França vinícola de Bordéus, por exemplo, que sempre se deu bem com a abertura ao mundo. Foi aí que Macron obteve os seus melhores resultados. Do outro lado, a Norte e a Nordeste, estava o país que se sente perdedor e injustiçado: é o território da velha indústria decadente, dos têxteis e da metalurgia, historicamente ameaçada pela concorrência vizinha da liberalíssima Inglaterra, e mais recentemente pela Ásia e pelo alargamento europeu. Foi nesse outro país que a eleição correu melhor a Marine Le Pen e a Jean-Luc Mélenchon,

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 7 comentários