BE acusa Governo de impor “quebra” de salários ao recusar actualizar à inflação

Catarina Martins defende que o aumento de salários não aumenta a inflação.

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Catarina Martins criticou o Governo Matilde Fieschi

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou, esta sexta-feira, o Governo do PS de “impor uma quebra real dos salários” em Portugal ao recusar actualizá-los à taxa de inflação.

“Quando o Governo se recusa a actualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal e que quer controlar o ciclo da inflação, não pelo controlo dos preços especulativos que estão a criar este ciclo de inflação, mas sim pela quebra dos rendimentos do trabalho”, afirmou a bloquista, no Porto, à margem da apresentação do Desobedoc 2022 – Mostra de Cinema Insubmisso.

Para Catarina Martins são, uma vez mais, os trabalhadores a pagar uma crise que não provocaram. O ciclo da inflação não tem nada a ver com os salários, mas sim com os combustíveis, referiu.

E, acrescentou, a única forma de o travar é controlar preços e limitar margens, porque “há quem esteja a ganhar muito com este ciclo de inflação e com a especulação que faz dos preços”.

“Actualizar os salários, pelo contrário, não tem nenhum problema do ponto de vista da inflação, porque nem sequer aumenta a procura, é só prevenir que os salários não percam poder de compra”, sustentou.

O ministro das Finanças entregou na quarta-feira no Parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2022 que mantém a economia numa rota de recuperação, ao mesmo tempo que procura mitigar os impactos da escalada de preços devido à guerra na Ucrânia.

A proposta de OE2022 vai ser debatida na generalidade na Assembleia da República a 28 e 29 de Abril, estando a votação final global marcada para 27 de Maio

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