Tão civilizada, a barbárie

Por razões bem conhecidas, a palavra “barbárie” voltou actualmente ao uso em larga escala e quase com um valor de interjeição. Diz-se “barbárie” para apontar e denunciar um mal radical que não se consegue compreender e que, de certo modo, não é completamente representável. Um reflexo imediato e quase instintivo leva-nos a opor essa palavra a uma outra, numa lógica de exclusão: a palavra “civilização”. E a ideia mais comum de civilização é que ela é consubstancial à ideia de progresso e de uma concepção evolucionista da História, em relação às quais a barbárie é sempre uma regressão — um “recuo civilizacional”, como se costuma dizer.

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