Voltar a dizer STOP à Infeção Hospitalar

Em Portugal, mais de 60 mil cidadãos adquirem, por ano, pelo menos uma infeção nos cuidados de saúde e mais de 1200 não sobrevivem.

As infeções adquiridas nos cuidados de saúde afetam, à escala europeia, mais de 4 milhões de cidadãos, matam cerca de 37 mil e custam mais de 7 mil milhões de euros todos os anos. São uma das maiores ameaças à saúde global.

Em Portugal, mais de 60 mil cidadãos adquirem, por ano, pelo menos uma infeção nos cuidados de saúde e mais de 1200 não sobrevivem.

Se nada for feito, as infeções adquiridas nos cuidados de saúde serão, daqui a três décadas, a principal causa de morte a nível global. Um cenário apenas equiparável à vida antes de existirem antibióticos.

Felizmente, os últimos 10 anos contam uma história de sucesso em Portugal, que se deve ao grande esforço dos profissionais de saúde, a uma consciencialização e absoluto consenso de decisores políticos, à mudança de mentalidades e lideranças consequentes.

No entanto, as bactérias também se têm vindo a tornar cada vez mais resistentes aos antibióticos. A cada três anos, um novo mecanismo de evasão das bactérias aos antibióticos é identificado. E a velocidade de desenvolvimento de novos antibióticos está a perder terreno para as bactérias multirresistentes. Nunca, na última década, o número de novos antibióticos foi tão baixo e o tempo necessário para o seu desenvolvimento aumentou de seis para oito anos.

Nesta corrida, todos temos um papel a desempenhar – pelo presente, para salvar vidas e assegurar a sustentabilidade do sistema de saúde; e pelo futuro, para prevenir que as bactérias resistentes sejam uma ameaça crescente à nossa existência.

Estes foram os desígnios que nos motivaram para o Desafio Gulbenkian “STOP Infeção Hospitalar”. Foi esta motivação, partilhada por todos os parceiros e profissionais, que permitiu reduzir em mais de 50% os principais tipos de infeções associadas aos cuidados de saúde em 12 centros hospitalares de todo o país, entre 2015 e 2018.

O compromisso de continuar a dizer STOP à Infeção Hospitalar foi renovado, entre a Fundação Gulbenkian, a Direção-Geral da Saúde, através do PPCIRA [Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos], os hospitais que integraram a primeira edição do projeto e o Institute for Healthcare Improvement. As candidaturas para a nova edição estão a decorrer, para que mais unidades hospitalares possam continuar a dizer STOP à Infeção Hospitalar.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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