Chumbo de Cotrim de Figueiredo para vice-presidente da mesa da AR foi sugerido em reunião de bancada do PSD

Rio lembrou que a Iniciativa Liberal insistia em ficar com três lugares na primeira fila, colocando um dos seus eleitos na bancada do PSD.

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Rui Rio lembrou a atitude de João Cotrim de Figueiredo sobre os lugares no hemiciclo Daniel Rocha

Um dia antes das eleições para a vice-presidência da mesa em que João Cotrim de Figueiredo foi chumbado, Rui Rio revelou aos deputados do PSD que a Iniciativa Liberal (IL) estava a negociar nos bastidores a questão dos lugares na primeira fila do hemiciclo com o PS e que insistia em ficar com um lugar na bancada social-democrata. A atitude de João Cotrim de Figueiredo foi abordada na reunião da bancada na passada quarta-feira à noite e criticada por outros deputados sociais-democratas, segundo relatos ao PÚBLICO.

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Um dia antes das eleições para a vice-presidência da mesa em que João Cotrim de Figueiredo foi chumbado, Rui Rio revelou aos deputados do PSD que a Iniciativa Liberal (IL) estava a negociar nos bastidores a questão dos lugares na primeira fila do hemiciclo com o PS e que insistia em ficar com um lugar na bancada social-democrata. A atitude de João Cotrim de Figueiredo foi abordada na reunião da bancada na passada quarta-feira à noite e criticada por outros deputados sociais-democratas, segundo relatos ao PÚBLICO.

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Na reunião de boas vindas aos deputados sociais-democratas, o líder do PSD referiu que se terá apercebido de que a IL estava a tentar negociar com os socialistas o equilíbrio de lugares na primeira fila, isto depois de o PS ter concordado em dar três ao PCP e dois ao Bloco para haver uma separação em relação aos socialistas. Rui Rio acrescentou que naquele momento decorria precisamente uma conferência de líderes para acertar a questão dos lugares e que a IL insistia em ficar com três lugares na primeira fila, o que obrigava a que um dos seus oito deputados se sentasse na bancada do PSD.

O Chega (com 12 eleitos) teve direito a três cadeiras na fila da frente e há apenas cinco lugares antes do corredor de acesso que separa a ala mais à direita da bancada do PSD. A solução acabou por ser retirar uma das cadeiras à esquerda. O líder social-democrata já tinha manifestado indignação por causa da intenção da IL de mudar a sua bancada para o centro do hemiciclo, passando a situar-se entre o PS e o PSD, o que não conseguiu.

As declarações de Rui Rio não terão incluído nenhuma instrução directa de voto para as eleições da vice-presidência da mesa – em que Cotrim de Figueiredo era o nome indicado – mas surtiram efeito. Outros deputados – como Hugo Carvalho e Firmino Marques – aludiram às eleições do dia seguinte. Firmino Marques terá assumido mesmo que tinha mudado o sentido de voto.

No dia seguinte, o líder da IL foi chumbado com 108 votos a favor, 110 brancos e seis nulos, o que foi uma surpresa. Fontes sociais-democratas admitem que o sucedido na reunião da bancada pode ter contribuído para que sociais-democratas mudassem o sentido de voto.

Os dois nomes indicados pelo Chega – a IL decidiu não apresentar um segundo candidato – foram também reprovados mas esse já era um cenário esperado dado que os deputados à esquerda assumiram que não contribuiriam para eleger candidatos do partido liderado por André Ventura.

Após o anúncio dos resultados, o líder da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias, sugeriu que foi o PSD a inviabilizar a eleição de Cotrim de Figueiredo. No Twitter, Rui Rio reagiu, apontando uma duplicidade nas posições dos socialistas. “Para o PS, perante o chumbo de dois candidatos numa mesma eleição, num caso é um resultado natural, no outro há culpados. Culpados… de votarem. Curiosíssima interpretação de um partido que tem um número de deputados suficientes para sozinho conseguir eleger todos os candidatos.”