Fazer os textos — o nada coitado Jorge

Entre nós, o Jorge Silva Melo era a última barreira da defesa dessa relevância do texto, desse primado da palavra, sabendo-a corpo. A última barreira da absoluta vitória do aleatório umbigual nestas coisas do fazer espectáculos de teatro a fugir do espectáculo, foi-se.

Será esse o ponto. A questão pode apresentar-se deste modo: desde que o corpo se tornou protagonista do que pode potencialmente realizar — além de engravidar, acrobacias, maratonas, quedas verticais das alturas, apneias, etc. — como escrita, que a escrita, a que distinguiu o homo erectus do animal não bípede — heresia face a todos os pim pan puns — passou a ser algo equiparável ao que quer que seja signifique ou pareça significar, isto é, que se exerça a partir de um meio que (in)significante possa ser significante. Esse equiparável quer dizer que qualquer coisa pode ser nimporte quoi porque o que nivela, na recepção e na multiplicação para amplas recepções, tudo nivela pelo mesmo e nada se distingue porque o que é promocional e publicitário apenas depende do que seja campanha, incluindo o que, sendo mediático e não directamente publicitário, o seja em substância, como o chamado jornalismo cultural.

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