Era uma vez uma tragédia
Com o seu jeito peculiar, a companhia encontra o lado absurdo da narrativa e desenvolve-o com um apurado sentido de equilíbrio dramático.
Podia ser uma receita, mas é um método. Um método, embora trabalhoso, relativamente simples: pega-se num clássico – quanto mais clássico melhor –, vira-se a coisa de baixo para cima, estica-se para os lados, atira-se ao ar, dá-se mais uma volta ao texto, retira-se toda a tralha dispensável e com o osso que sobra constrói-se um espectáculo. À primeira vista parece um processo de desconstrução próprio do teatro pós-moderno. Todavia é mais uma reconstrução provocatória que transforma, ainda assim com algum respeito, pelo talento e o corpo dos actores, meia dúzia de adereços e a precisão de um metrónomo com capacidade de improviso, qualquer tragédia em hilariante comédia.
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