Um roteiro pelas árvores de Lisboa entre o jardim das Amoreiras e o Príncipe Real

A 26 de Março, o PÚBLICO, através do projecto Artéria, promove mais uma visita guiada de participação gratuita para tomar o pulso a Lisboa. Desta vez, a atenção centra-se nas árvores do centro da cidade, com o grupo ambientalista Plataforma em Defesa das Árvores como cicerone.

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O cedro-do-Buçaco, a mais antiga árvore classificada de Lisboa, é um dos muitos motivos de interesse do Jardim do Príncipe Real. Rui Gaudencio

Uma celebração pela chegada da primavera e também um renovado despertar da consciência colectiva para a importância das árvores na cidade de Lisboa. Serão estes os principais motivos da visita guiada entre o Jardim das Amoreiras e o Jardim do Príncipe Real, a realizar na manhã (10h30) de 26 de Março, um sábado, e organizado pela Plataforma em Defesa das Árvores, em parceria com o PÚBLICO.

O percurso, que se concentrará no eixo da Rua da Escola Politécnica e inclui uma visita aos jardins do Palácio Palmela, onde está sediada a Procuradoria-Geral da República, será o terceiro roteiro a levar a cabo pelo Artéria, novo projecto de informação comunitária do PÚBLICO dedicado à vida na cidade, feito em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e que, em breve, terá um espaço próprio no endereço publico.pt.

“A ideia que vamos tentar transmitir neste roteiro é, acima de tudo e para além da sua óbvia dimensão biológica e ambiental, a da relevância da existência de árvores na cidade na sua relação com as pessoas. Como isso as engrandece e lhes confere uma dimensão diferente. No fundo, como até a torna mais humanas”, afirma Rosa Casimiro, uma das fundadoras da Plataforma em Defesa das Árvores e que, nesse dia, guiará, juntamente com outros membros do grupo ambientalista, o passeio por um conjunto de exemplares arbóreos espalhados por um perímetro bem delimitado no coração de Lisboa.

“Há muita gente que, se calhar, passa naquela rua e é capaz de dizer que a mesma não tem árvores. Mas elas estão lá. É só uma questão de mudarmos de atitude, levantarmos a cabeça e estarmos mais atentos”, diz a activista, aludindo ao que se pretende alcançar com o itinerário. “Não sei se a grande maioria das pessoas tem a noção exacta da importância das árvores, mesmo que viva rodeado por elas”, comenta a dinamizadora desta plataforma surgida em 2015, por iniciativa de um conjunto de cidadãos e colectivos, como a Associação Lisboa Verde, a Quercus, o GEOTA, o Fórum Cidadania LX ou o Grupo dos Amigos do Príncipe Real, na sequência de um conjunto de podas muito polémicas ocorridas um pouco por toda a cidade.

O roteiro agora organizado para o Artéria, para o qual será necessária inscrição (através de envio de email para o endereço secretariado@publico.pt, com o assunto “Passeio Árvores de Lisboa”) e que permitirá a participação de até 25 pessoas, terá início no Jardim das Amoreiras, com o ponto de encontro junto ao lago ali existente. Nesse espaço verde, será possível ouvir explicações e trocar impressões sobre a riqueza dos exemplares que o tornam tão especial, como os da espécie que lhe dá nome, bem como as tílias, as ginkgo biloba (também conhecidas como nogueiras-do-Japão), os plátanos ou uma grande tipuana.

Dali, seguir-se-á para o Palácio Palmela, sede da Procuradoria-Geral da República, onde se poderá visitar os jardins em que as tílias são o maior chamariz. Entre a observação de árvores existentes no eixo da Rua da Escola Politécnica, haverá lugar à paragem na “alameda das palmeiras”, à entrada do Jardim Botânico. A caminhada, com duração estimada de hora e meia, culminará com a chegada ao Jardim do Príncipe Real, no qual se contam múltiplos motivos de interesse, entre os quais o bastante conhecido cedro-do-Buçaco, a mais antiga árvore classificada de Lisboa.

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