Obra de Cruzeiro Seixas leiloada em Londres pelo dobro da estimativa

A noite sem fim, desenho a guache e aguarela executado em 1977, foi arrematdo na leiloeira Bonhams por 17 mil euros.

Foto
"A noite sem fim", desenho a guache e aguarela (1977) de Cruzeiro Seixas foi arrematado por 17 mil euros dr/bonhams

Uma obra do artista português Artur do Cruzeiro Seixas foi esta terça-feira arrematada por 14.000 libras (17.000 euros), o dobro da estimativa de base mais elevada, em Londres, num leilão dedicado à arte surrealista.

A casa leiloeira Bonhams tinha estabelecido um intervalo de preço pré-venda entre as 5000 e 7000 libras (6000 e 8400 euros) para A noite sem fim, um desenho a guache e aguarela executado em 1977, mas o valor final superou aquela estimativa.

No leilão de 66 lotes estavam outros três do artista português, incluindo Estudo para um desenho perdido, um desenho a tinta-da-china realizado em Angola em 1957, que tinha uma estimativa base de entre 4500 e 6500 libras (5400 e 7800 euros) e foi arrematado por 7650 libras (9226 euros).

Uma obra sem título nem data que consiste numa colagem num envelope, avaliada entre 1800 e 2500 libras (2150 e 3000 euros), foi vendida por 2295 libras (2768 euros) e outra obra, também sem título, de 2013, realizada em metal, com preço-base entre 1000 e 1500 libras (1200 e 1800 euros), foi licitada por 1275 libras (1538 euros).

Do leilão constavam obras de Max Ernst, Salvador Dalí, Yves Klein, André Breton ou Man Ray, mas aquela que atingiu o valor mais alto foi Retrato de Arthur Rimbaud, um dos poucos quadros a óleo de Valentine Hugo (1887-1968), arrematado por 1.042.750 libras (1.258.000 euros).

Segundo a directora de vendas da Bonhams, Ruth Woodbridge, este foi o primeiro leilão internacional a oferecer o trabalho de Cruzeiro Seixas, normalmente comercializado em Portugal.

O trabalho de Cruzeiro Seixas (1920-2020) tem vindo a ganhar visibilidade, tendo sido exposto nos últimos anos em países como Espanha, França e Estados Unidos.

O artista integra a actual exposição colectiva do museu britânico Tate Modern Surrealism Beyond Borders com a escultura O seu olhar já não se dirige para a terra, mas tem os pés assentes nela.

Sugerir correcção
Comentar