UE exclui sete bancos russos do SWIFT. Sberbank e Gazprom continuam ligados

A opção de não incluir o Sberbank e o Gazprom Bank tem que ver com a decisão de manter o comércio de petróleo e gás fora do pacote de sanções contra a Rússia.

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EPA/CONSTANTIN ZINN

A União Europeia decidiu manter o Sberbank e o Gazprom bank, que são os dois maiores fornecedores de pagamentos de petróleo e gás natural proveniente da Rússia, ligados ao sistema SWIFT que processa transferências internacionais.

A lista com o nome dos sete bancos que serão excluídos do sistema de pagamentos foi publicada esta manhã no Jornal Oficial da UE. São eles os bancos Otkritie, Rossiia, Novikombank, Promsvyazbank, Sovcombank e ainda o Vnesheconombank (VEB) e o VTB, que é o segundo maior banco russo.

Segundo explicou uma fonte europeia, a opção de não incluir o Sberbank e o Gazprom Bank resulta da decisão de manter o comércio de petróleo e gás fora do pacote de sanções contra a Rússia, por agora. Uma vez que a exclusão do sistema abrange todas as transacções de um banco, os 27 preferiram não inviabilizar o abastecimento energético do continente.

Com as novas medidas que entram em vigor nesta terça-feira, o regime de sanções e outras medidas restritivas aplicadas pela UE passam a abranger 80% do sistema financeiro da Rússia. Os bancos que vão ser excluídos da Rússia representam uma fatia de 25% do mercado bancário do país.

As instituições foram escolhidas em alinhamento com os parceiros internacionais, nomeadamente Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul, que também adoptaram sanções contra estas e outras instituições russas. A maior parte destes bancos já está debaixo de sanções desde 2014, em penalização pela anexação da Crimeia pela Rússia.

A Suíça anunciou a sua intenção de replicar as medidas restritivas da UE, nomeadamente as que determinam o congelamento de activos de indivíduos e entidades russas que estão associadas ao financiamento do esforço de guerra do país.

No entanto, as autoridades helvéticas não terão de aprovar um decreto nacional para a exclusão dos bancos russos do sistema SWIFT, uma vez que essa medida da União Europeia tem um efeito extraterritorial, isto é, quando um banco é desligado do sistema, deixa de poder comunicar com todos os outros participantes, independentemente do local onde estão sediados.

O sistema SWIFT integra onze mil instituições bancárias do mundo inteiro e é por aí que passam 70% das transacções internacionais da Rússia. O país dispõe de um sistema doméstico para as suas transferências internas e participa também num sistema alternativo de processamento de pagamentos para a China.

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