Associações de bares e discotecas congratulam-se com fim da exigência de teste

As associações de bares e discotecas do Porto esperam que o levantamento das restrições possa traduzir-se num crescimento da actividade económica dos estabelecimentos, depois de dois anos de constrangimentos à vida nocturna da cidade.

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Já não será necessário apresentar teste negativo à covid-19 nos bares e discotecas teresa pacheco miranda

As associações Bares da Movida do Porto e da Zona Histórica congratularam-se esta quinta-feira com o fim da obrigatoriedade de um teste negativo à covid-19 no acesso aos espaços, considerando-o um passo importante para a retoma do sector.

“Isto para nós é um alívio, queremos é que estas medidas entrem em vigor o mais rápido possível”, afirmou o presidente da Associação de Bares da Movida do Porto, Miguel Camões, em declarações à Lusa.

A ministra do Estado e Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou esta quinta-feira, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, que a entrada nos bares e discotecas deixa de estar condicionada à apresentação de teste negativo à covid-19.

Numa primeira reacção a este anúncio, visto com “bastante satisfação” pelo sector, Miguel Camões salientou que desde que o Governo impôs medidas restritivas à actividade nocturna, sobretudo a obrigatoriedade de teste negativo no acesso a estabelecimentos, o sector registou uma quebra “enorme” de afluência, que o levantamento desta medida vai permitir minorar.

“Desde Dezembro, a recuperação foi muito lenta e em alguns casos os estabelecimentos nem abriram. Portanto, isto para nós é muito importante porque nos vai permitir ter mais afluência nos nossos espaços e de alguma forma reforçar a nossa tesouraria, que é o nosso principal objectivo”, afirmou.

Ao final de dois anos de pandemia e de restrições e constrangimentos à actividade económica do sector, continuou, as empresas encontram-se “completamente debilitadas do ponto de vista económico”, necessitando de recompor “rapidamente a sua tesouraria para puder fazer face a obrigações financeiras, como o pagamento das moratórias bancárias ou das rendas”.

Também para o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, o anúncio feito esta quinta-feira pelo Governo representa uma “excelente” notícia para o sector, que foi muito afectado pela pandemia de covid-19.

“É uma excelente notícia, desejada há muito tempo”, afirmou.

Para aquele responsável, numa altura em que se regista um maior fluxo nos estabelecimento e um aumento do turismo, o anúncio do levantamento destas restrições augura novas perspectivas para o sector que ainda assim, alerta, precisa de outros apoios.

“É uma excelente notícia e é bem-vinda, só falta para melhorar isto saber quando é que vamos ter o chamado apoio a fundo perdido. É importante, porque as rendas têm de ser pagas, as que estão para trás e as que estão para a frente”, disse.

Considerando a medida importante para a retoma do sector, António Fonseca deixa, contudo, um apelo aos empresários para que mantenha algumas das regras implementadas durante estes dois anos de pandemia.

“Todo o sector fica satisfeito. Contudo, a associação como teve sempre uma acção pedagógica no terreno, pede para que os seus empresários, sobretudo da animação nocturna, não abandonem os cuidados que sempre tiveram no período pandémico”, rematou.

Os bares e discotecas reabriram em 14 de Janeiro, após encerramento de três semanas no âmbito das medidas de contenção da pandemia, com os clientes sem dose de reforço da vacina a terem de apresentar teste negativo para entrar.

Para entrar nos bares e discotecas, os clientes tinham de apresentar um teste negativo à covid-19, com excepção de quem demonstrasse ter sido vacinado há pelo menos 14 dias com uma dose de reforço contra a doença ou de quem tivesse um certificado de recuperação.

Eram válidos testes PCR feitos há menos de 72 horas, rápido com menos de 48 horas ou autoteste feito à entrada.

Os bares e discotecas tinham reaberto em Outubro pela primeira vez desde o início da pandemia em Portugal, após 19 meses parados, sendo que entre Outubro e Dezembro, para entrar nestes espaços, era necessário apresentar teste negativo antigénio ou PCR ou certificado de recuperação da covid-19, mesmo no caso de pessoas vacinadas.

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