Presidente diz que nos fundos europeus, como no futsal, “não há descontos”

É fundamental que fundos europeus sejam utilizados com “rigor”, “ou ganhamos ou perdemos”, diz Marcelo Rebelo de Sousa.

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Marcelo Rebelo de Sousa com a selecção de futsal LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu esta segunda-feira com um abraço a selecção bicampeã da Europa de futsal, no Palácio de Belém, onde destacou o “espírito heróico nos momentos cruciais” e a “inspiração para o país”.

“Tinha a certeza na meia-final e na final que íamos virar o jogo. Porquê? Por Jorge Braz e por vocês. Aquele golo no penúltimo ou último segundo, tenho de admitir, foi uma espécie de brinde adicional, depois de uma grande exibição. Aí, fomos muito portugueses, lutámos, soubemos esperar, não perdemos a cabeça, mantivemos a motivação, sustentámos a garra e ganhámos”, avançou o Presidente, depois de afirmar que a capacidade e persistência do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, de acreditar, quando os títulos não chegavam, “não é algo muito português”.

Além de sublinhar que valeu a pena, “porque em 2018, no ano passado e este ano, Portugal conquistou um Europeu, um Mundial e um Europeu”, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que os troféus “não caem do céu, são fruto deste trabalho de preparação”.

A revalidação do título Europeu, em Amesterdão, após a vitória na final sobre a Rússia, por 4-2, é igualmente “um bom exemplo” para o país e para a selecção feminina, que dentro de dias vai entrar em acção, assim como “para os jogadores que vão lutar no Qatar”.

“Mas é um estímulo para o país. Estamos a entrar numa fase em que temos à nossa disposição, não propriamente aquilo que se tem dito que é o paraíso ao virar da esquina, mas temos muitos fundos europeus. É verdade, é fundamental que sejam muito bem utilizados, com rigor, com transparência, com profissionalismo, eficiência, eficácia. Também aqui, para além do apito final do termo de utilização dos fundos, não temos mais fundos. Ou ganhamos ou perdemos. Como aconteceu convosco. É uma boa inspiração para o período em que estamos a entrar. Temos de aproveitar até ao limite todos os fundos, aqui não vai haver descontos, o que não for aproveitado dentro do prazo já não é aproveitável”, frisou.

Depois de endereçar uma primeira palavra ao Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, também presente na recepção aos campeões europeus - “que continua cada vez mais entusiasta no mais pequeno pormenor, até na candidatura conjunta com Espanha ao Mundial de futebol de 2030” -, o presidente da República destacou o papel de Fernando Gomes à frente dos destinos da FPF.

“Em 98 anos de Federação Portuguesa de Futebol, tínhamos conquistado 15 títulos europeus e mundiais. Em 10 anos, durante os seus mandatos, conquistámos 15 títulos europeus e mundiais. Tantos como em toda a restante história do futebol português. E fez a diferença, porque criou um espírito de família, preparou, soube organizar as estruturas, escolher as pessoas certas e não largou um minuto sem vos apoiar. Estes campeões, outros campeões. E nós continuamos a acreditar que em 2024 nos vai trazer mais títulos”, sustentou.

A terceira palavra de Marcelo Rebelo de Sousa, essa, foi endereçada a Jorge Braz, o treinador da selecção que não atendeu o telefone, mas depois retribuiu a chamada entre a meia-final e a final ao Presidente da República

“É uma pessoa muito especial. Mistura aquele ar de senador, tímido, parece distante e, às vezes, ausente, mas não perde um pormenor daquilo que se passa. E vibra por dentro e sabe formar o espírito de equipa, alimentar esse espírito, mas é verdade que teve a ajuda e persistência do senhor presidente Fernando Gomes”, apontou Rebelo de Sousa.

O Presidente da República desafiou, depois, o treinador português a conduzir a equipa das “quinas” directamente do aeroporto para o Palácio de Belém.

“Já é uma tradição, temos de a manter no próximo Mundial. E só não recebem ainda o que vão receber, porque foi tudo depressa demais. Mas irão receber aquilo que merecem, como receberam em 2018 e 2021”, finalizou o presidente da República, antes de dar um abraço a cada um dos elementos da comitiva nacional, “que é o abraço de todos os portugueses”.