Startup sueca treina corvos para recolher beatas das ruas

Uma startup sueca está a treinar corvos para recolherem pontas de cigarro, que representam cerca de 62% do lixo total de uma cidade. É, para já, um projecto-piloto, mas pode ajudar a economizar na limpeza das ruas.

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Na Suécia, a Corvid Cleaning está a treinar corvos selvagens para recolherem pontas de cigarro. A startup fundada por Christian Günther-Hanssen projectou uma máquina na cidade de Södertälje, perto de Estocolmo, na qual os corvos depositam o lixo. Por cada beata entregue, recebem comida.

Em todo o país, são anualmente descartadas para o chão mais de mil milhões de pontas de cigarros, refere a Keep Sweden Tidy, “uma organização sem fins lucrativos que promove a reciclagem e o combate ao lixo”, através de campanhas de consciencialização pública, lê-se no site. Representam cerca de 62% do lixo total, adianta o The Guardian, o que tem levado Södertälje a investir quase 2 milhões de euros (20 milhões de coroas suecas) na limpeza das ruas.

À agência sueca TT Günther-Hanssen explicou que os corvos são os “pássaros mais inteligentes”, pois “são aves selvagens que participam de forma voluntária”: “São mais fáceis de ensinar e existe também uma maior hipótese de aprenderem uns com os outros. Ao mesmo tempo, há um risco menor de comerem qualquer lixo por engano.”

A inteligência desta espécie tem vindo a ser provada por investigadores, como relata um artigo de 2021 do The Washington Post: “Usam ferramentas para resolver problemas complexos, lembram-se de rostos durante anos e imitam sons que ouvem.” O The Guardian dá o exemplo dos corvos da Nova Caledónia, no oceano Pacífico, que “são tão bons em raciocínio quanto uma criança humana de sete anos”. Por esse motivo, são considerados “os pássaros mais inteligentes para o trabalho”.

Tratando-se, para já, de um projecto-piloto, a esperança é que o método resulte numa “solução permanente que possa ser usada no resto do país”, conta o The Local. Günther-Hanssen acredita que isto poderia ajudar a cidade sueca a poupar, pelo menos, 75% do custo envolvido na recolha de beatas.

Tomas Thernström, um especialista de Södertälje em gestão de resíduos, sublinha a necessidade de financiamento do projecto e não descarta a possibilidade de ser posto em prática já na Primavera. Sobre a iniciativa desenvolvida pela Corvid Cleaning diz: “Podemos ensinar os corvos a apanhar pontas de cigarro, mas não conseguimos ensinar as pessoas a não as deitar para o chão. É um pensamento interessante.”

É de recordar que, em 2018, também um parque temático em França recorreu à inteligência dos corvos para recolha do lixo.

Texto editado por Amanda Ribeiro

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