Esquerda e direita

A queda do bloco soviético e a transformação da China num modelo híbrido de capitalismo agudizaram a discussão em torno do legado do modelo de partido único e de gestão coletiva dos meios de produção.

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"A desigualdade social passou a ser analisada como um entrave ao desenvolvimento económico", escreve Francisco Bethencourt Paulo Pimenta

Diferentes perceções de igualdade, tradição e liberdade ainda hoje contribuem para a divisão entre esquerda e direita. Em meados do século XVIII, Rousseau criou um enorme impacto ao defender que a propriedade privada está na origem da desigualdade social, privilegiando uma ínfima minoria contra a vasta maioria. Ele relacionou o privilégio com o poder politico, denunciando a opressão sistemática. A ideia de soberania do povo foi então formulada, tendo Rousseau defendido a ideia de um contrato social baseado na igualdade e na liberdade, como expressão da vontade geral. Estas ideias vieram a influenciar as revoluções americana, francesa e haitiana. A ideia de soberania do povo acabou por ser aceite pela direita no século XIX, mas sem sufrágio universal, enquanto a ideia de democracia era rejeitada pela extrema-direita, influenciada pelo elogio da desigualdade e da elite de Gobineau a Nietzsche.

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