Andy Murray ainda sabe competir

A campeã do último Open dos EUA, Emma Raducanu, estreou-se a vencer.

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Andy Murray durante o seu primeiro encontro no Open da Austrália deste ano JAMES GOURLEY/Reuters

Há exactamente três anos, Andy Murray chorou perante os jornalistas presentes no Open da Austrália ao constatar que a gravidade da lesão na anca iria colocar fim à sua carreira. A intervenção cirúrgica, um ano antes, não foi suficiente para lhe permitir competir em perfeitas condições físicas, mas uma segunda operação, ainda em Janeiro de 2019, devolveu a Murray a confiança em regressar ao ténis de alta competição. Na terça-feira e na mesma John Cain Arena, onde perdera três anos antes, o escocês venceu Nikoloz Basilashvili (23.º), ao fim de um embate do fundo do court de quase quatro horas.

“Têm sido três, quatro anos duros. Trabalhei muito para voltar aqui e já joguei muitas vezes neste court, o ambiente foi incrível. Este é o court onde pensei que, potencialmente, tinha realizado o meu último encontro. Mas é bom estar de volta, e ganhar uma batalha de cinco sets. Não podia pedir por mais”, confessou Murray, após vencer, por 6-1, 3-6, 6-4, 6-7 (5/7) e 6-4, e obter a primeira vitória desde 2017 no Open australiano, no qual atingiu a final por cinco vezes, entre 2010 e 2016.

Na semana anterior, em Sydney, Murray tinha derrotado o mesmo adversário bem como Reilly Opelka (25.º), conseguindo pela primeira vez desde o final de 2016 derrotar dois top-25 no mesmo torneio. Nessa prova, o britânico acabaria por perder na final com o russo Aslan Karatsev, mas ganhou garantias de que podia ser de novo competitivo, apesar de, no ranking, surgir no 113.º lugar.

Daniil Medvedev (2.º) avançou igualmente para a segunda ronda – onde vai defrontar a estrela local, Nick Kyrgios (115.º) –, imitado por Stefanos Tsitsipas (4.º), Andrey Rublev (6.º), Alex De Minaur (42.º) e Jannik Sinner (10.º), que eliminou João Sousa (140.º).

O italiano de 20 anos impôs-se por 6-4, 7-5 e 6-1, em duas horas, mas Sousa, repescado da fase de qualificação, fez um balanço positivo. “Apesar da derrota, acredito que fiz um bom encontro. Joguei a um bom nível, com alguns altos e baixos e daí o desfecho dos dois primeiros sets terem caído para o lado dele. Depois de um desaire da última ronda do qualifying, em que não me senti bem no campo, consegui mentalmente aceitar isso e trabalhei da melhor forma para hoje jogar a um bom nível. Tive as minhas oportunidades, não as consegui aproveitar, mas fica mais uma boa exibição que me dá confiança para encarar os próximos desafios com positividade”, afirmou o vimaranense que, na próxima semana, estará em França para disputar um torneio do Challenger Tour.

No torneio feminino, o ténis britânico esteve também em destaque com Emma Raducanu a vencer o duelo entre campeãs do Open dos EUA. Raducanu (18.ª), que só tinha ganho dois encontros desde o triunfo em Nova Iorque, em Setembro, voltou a confirmar as qualidades ao derrotar a norte-americana Sloane Stephens (67.ª), vencedora do Open dos EUA em 2017, por 6-0, 2-6 e 6-1.

A canadiana Leylah Fernandez (24.ª), finalista no último Open dos EUA, também só ganhou três encontros desde então e foi eliminada pela australiana Maddison Inglis (133.ª), por 6-4, 6-2. Afastada foi igualmente Petra Kvitova (19.ª) que cometeu 39 erros não forçados no espaço de 71 minutos e perdeu pelo segundo ano consecutivo com Sorana Cirstea (38.ª), desta vez com um duplo 6-2.

Aryna Sabalenka (2.ª), Garbiñe Muguruza (3.ª), Anett Kontaveit (7.ª), Iga Swiantek (9.ª) e Simona Halep (15.ª) também estão na segunda ronda.

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