Sequestrador morto e reféns libertados em sinagoga nos Estados Unidos

Quatro pessoas, incluindo um rabino, foram feitas reféns numa sinagoga nos arredores de Dallas. O FBI considera que o sequestro não foi um ataque à comunidade judaica mas sim motivado por questões pessoais. Arma terá sido comprada nas ruas, diz Joe Biden. Sequestrador é Malik Faisal Hakram, cidadão britânico.

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A polícia local e o FBI montaram um cerco à sinagoga de Colleyville, no Texas Reuters/SHELBY TAUBER

Um homem armado tomou de assalto uma sinagoga na zona de Dallas, no estado norte-americano do Texas, onde fez reféns o rabino e outras três pessoas desde a manhã de sábado. Depois de várias horas de negociações, todos os reféns foram libertados e o sequestrador, que será de nacionalidade britânica, foi morto, informou a polícia local. O FBI confirmou que o sequestrador é Malik Faisal Hakram, cidadão britânico.

​Um primeiro refém tinha sido libertado ainda no sábado, de boa saúde, após ter sido detido durante mais de seis horas, enquanto o FBI continuava a negociar com o suspeito no crime.

Este domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido informou que o sequestrador terá nacionalidade britânica. “Estamos cientes da morte de um cidadão britânico no Texas e estamos em contacto com as autoridades locais”, disse um porta-voz do Foreign Office.

A estação televisiva ABC News, citando fonte das forças de segurança, adianta que o suspeito dizia ser irmão de uma cidadã paquistanesa que está presa no Texas, suspeita de ter ligações a um grupo extremista islâmico, condenada por tentar matar militares norte-americanos e agentes do FBI enquanto se encontrava sob custódia no Afeganistão.

​O sequestrador exigiu a libertação da irmã, que cumpre uma pena de 86 anos no Texas.

A situação foi seguida pela Casa Branca e pelo Governo de Israel.

O FBI já confirmou que o homem estava focado numa questão específica e não na comunidade judaica.

O agente especial do FBI Matt DeSarno, que coordena este caso, adiantou não haver indicação imediata de que o homem estivesse incluído num plano mais amplo de ataques, mas admitiu que a investigação da agência “terá alcance global”.

Nas suas primeiras declarações sobre a situação, o Presidente dos EUA defendeu ser necessário denunciar “o antissemitismo e ascensão do extremismo” no país, apesar de ainda estar a aguardar detalhes sobre a motivação do sequestrador.

“Estou grato face ao trabalho incansável das forças de segurança, a todos os níveis, que agiu de forma cooperativa e corajosa para resgatar os reféns. Estamos a enviar amor e força aos membros da Congregação Beth Israel, Colleyville, e à comunidade judaica”, afirmou Joe Biden no sábado à noite.

Biden quis “ser claro” para qualquer um que queira espalhar o ódio no país: “Vamos opor-nos ao antissemitismo e ao aumento do extremismo”. O presidente norte-americano diz que o país tem “falhado em concentrar-se tanto quanto deveria na compra e venda de armas”, depois de dizer que o atirador terá comprado a arma nas ruas.

A crise de reféns começou durante as orações da manhã de sábado, que estavam a ser transmitidas em directo através da página de Facebook da congregação judia Beth Israel, em Colleyville, na área metropolitana de Dallas-Fort Worth. Apesar de o atacante não ser visível nas imagens então difundidas, ouve-se um homem a dizer “eu vou morrer” e “ponham a minha irmã ao telefone”.

A maior parte das sinagogas norte-americanas encontra-se sob fortes medidas de segurança após uma série de incidentes graves em anos recentes. O mais mortífero remonta a Outubro de 2018, quando 11 pessoas foram mortas a tiro por um supremacista branco numa sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvânia.

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