Há uma nova árvore na floresta de Ebo nos Camarões: chama-se Leonardo DiCaprio

Ao chamar atenção para o temas nas redes sociais, o actor e produtor norte-americano ajudou no combate à desflorestação nesta zona do planeta.

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Nos últimos anos, DiCaprio tem-se revelado um verdadeiro ambientalista Reuters/MIKE BLAKE

O actor Leonardo DiCaprio ainda não foi premiado pelo trabalho em prol da consciencialização para as alterações climáticas, mas os cientistas dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Inglaterra, já lhe prestaram a devida homenagem. Há uma nova árvore baptizada com o nome do produtor norte-americano na floresta tropical de Ebo, na República dos Camarões.

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O actor Leonardo DiCaprio ainda não foi premiado pelo trabalho em prol da consciencialização para as alterações climáticas, mas os cientistas dos Jardins Botânicos Reais de Kew, em Inglaterra, já lhe prestaram a devida homenagem. Há uma nova árvore baptizada com o nome do produtor norte-americano na floresta tropical de Ebo, na República dos Camarões.

Uvariopsis dicaprio é o nome oficial da nova espécie de árvore que cresce apenas na floresta Ebo, nos Camarões, conhecida pela sua biodiversidade. Leonardo DiCaprio ajudou no combate à desflorestação nesta zona do planeta, ao chamar atenção para o tema nas redes sociais. “Acreditamos que ele [DiCaprio] foi crucial para ajudar a parar a desflorestação na floresta Ebo”, sublinha o responsável pela equipa de cientistas dos Jardins Botânicos Reais de Kew, Martin Cheek, à BBC.

Os cientistas contam ter ficado em choque quando ouviram que havia sido dada autorização para desflorestar grande parte da floresta de Ebo. Aquela que é uma das florestas mais preservadas na África central, é também a casa do povo Banen e de uma fauna e flora que a equipa científica considera “única”, o que inclui gorilas, macacos e elefantes.

Decidiram, então, escrever uma carta ao governo da República dos Camarões, onde documentavam a lista de animais e plantas em risco de extinção. O assunto não passou despercebido a Leonardo DiCaprio, que escreveu em várias publicações nas redes sociais, que seriam partilhadas por milhões dos seus seguidores ─ só no Twitter é seguido por mais de 19 milhões de pessoas e no Instagram são para cima de 51 milhões.

O impacto da partilha foi tal que os planos de desflorestação foram interrompidos. Ainda assim, a floresta continua sem receber o título de parque nacional e Martin Cheek teme o pior: “Isto pode ser apenas uma suspensão temporária.”

A árvore DiCaprio é a primeira a ser baptizada este ano pelos cientistas dos Jardins Botânicos Reais, através da publicação na revista científica PeerJ. Trata-se de uma árvore pequena de cujo tronco brotam flores amarelas. É um membro da família de árvores Ilangue-ilangue e foi encontrada numa pequena porção da floresta, pelo que estará em vias de extinção.

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A árvore DiCaprio Kew Gardens/ Lorna Mackinnon

Nos últimos anos, o actor e produtor norte-americano tem-se distinguido pelas acções em prol do planeta. Recentemente protagonizou o filme Don't Look Up - Não Olhem Para Cima , onde dá vida a um astrónomo que tenta alertar o mundo, que não parece importar-se, para um enorme cometa que está em rota de colisão com a Terra. Na COP 26, apresentou também o novo documentário produzido por si, From Devil's Breath, sobre incêndios florestais ─ ainda por estrear em Portugal. O tema de um dos episódios é a tragédia de 2017 em Pedrogão Grande, onde perderam a vida 66 pessoas, ficaram feridas 253 e foram atingidos 53 mil hectares.

Em 2016, DiCaprio já tinha produzido e protagonizado o documentário Before the Flood, que também se centra nas alterações climáticas. E o envolvimento do actor não fica pelo grande ecrã: também contribuiu com 2,7 milhões de euros para a reconstrução do território florestal australiano, depois dos fogos de 2020.