China proíbe futebolistas tatuados para dar um “bom exemplo”

Jogadores da selecção chinesa são aconselhados a remover todas as tatuagens que tiverem ou cobri-las durante os treinos e os jogos.

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Zhang Linpeng, internacional chinês do Guangzhou FC Reuters

Zlatan Ibrahimovic, Neymar, Lionel Messi. São três entre os melhores jogadores do mundo e todos eles têm à flor da pele (em abundância) aquilo que nenhum futebolista chinês que queira jogar na selecção pode ter: tatuagens. Já havia indicações nesse sentido há dois anos, mas as autoridades desportivas do país reforçaram essa luta contra a tinta permanente no corpo dos jogadores com uma série de directivas divulgadas neste final de ano pela Administração Geral do Desporto Chinês.

No documento com o sugestivo título de “Sugestões para o fortalecimento da gestão de futebolistas”, o organismo que gere o desporto do país não deixa qualquer margem para interpretação nestas novas regras.

“Os jogadores da selecção nacional e da equipa sub-23 estão proibidos de fazer novas tatuagens e aqueles que já têm tatuagens são aconselhados a removê-las”, pode ler-se no documento. A justificação, acrescenta o organismo, é “dar um bom exemplo à sociedade”.

O documento sugere ainda a existência de um regulamento disciplinar para qualquer jogador que não obedeça a este regulamento. “Todas as selecções nacionais vão implementar estas medidas de forma rigorosa e demonstrar o espírito positivo dos futebolistas chineses”, assinala o organismo.

“Em circunstâncias especiais acordadas com a equipa, podem cobrir as tatuagens durante os treinos e os jogos”, refere ainda o organismo, salientando que qualquer jovem futebolista com alguma tatuagem nunca será chamado para as selecções jovens do país – é “expressamente proibido” convocá-los.

Para além destas regras anti-tatuagens, o documento impõe ainda outras obrigações às selecções jovens do futebol chinês, como a organização de “actividades ideológicas e de educação política” que fortaleçam “a educação patriótica dos jogadores”. Ao fazer isto, refere ainda o documento, vai criar nos jogadores um “sentido de missão, responsabilidade e honra, e criar uma equipa nacional capaz de lutar e com excelente estilo de jogo”.

Estas novas regras são um problema para alguns jogadores chineses que estão na selecção, como Zhang Linpeng, defesa do Guangzhou FC. Conhecido como “Zhangmos”, pelas semelhanças de estilo com Sérgio Ramos, o defesa de 32 anos tem taguagens, literalmente, dos pés à cabeça, impossíveis de cobrir na totalidade durante um jogo ou um treino. O mesmo se pode dizer sobre Elkeson, avançado brasileiro naturalizado chinês que joga na selecção, também com tatuagens bem visíveis nos braços.

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