Táctica diferente, com a solução habitual para o FC Porto

O 11.º golo no campeonato de Luís Díaz bastou para os “dragões” derrotarem o Sp. Braga e manterem-se no topo da Liga portuguesa, a par com o Sporting.

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Díaz fez o 11.º golo no campeonato LUSA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO

Com uma exibição capaz e autoritária, o FC Porto derrotou neste domingo o Sp. Braga no Estádio do Dragão, por 1-0, e manteve-se no topo da Liga portuguesa, a par com o Sporting. Na ressaca de um confronto europeu a meio da semana onde viu escapar um dos objectivos da época (oitavos-de-final da Liga dos Campeões), Sérgio Conceição abdicou do habitual 4x4x2, mas apesar da alteração táctica, a solução foi a mesma: mais uma vez, Luís Díaz foi o melhor em campo e, com o 11.º golo no campeonato, garantiu mais três pontos ao FC Porto.

Após um jogo frente ao Atlético de Madrid que reforçou o “divórcio” de Taremi com os golos - o iraniano falhou um par de boas oportunidades e não marca há nove jogos -, o anúncio dos 11 jogadores escolhidos por Conceição confirmou que o técnico concluiu que estava na altura de mudar.

Se na defesa a titularidade de Wendell tinha sido anunciada, o previsível regresso de Uribe à titularidade colocava, em teoria, o lugar de Grujic em risco, mas a solução foi diferente: sem tocar na dupla de médios que jogara na Liga dos Campeões, o técnico preferiu retirar Taremi, reajustando o desenho táctico: em vez do 4x4x2, o FC Porto apresentou-se em 4x3x3, com um ataque formado por Díaz (esquerda), Otávio (direita) e Evanilson (centro), A escolha não retirou capacidade ofensiva aos portistas.

Do outro lado, Carlos Carvalhal tinha confessado que a sua equipa estava com os “índices físicos péssimos” e, de facto, no Dragão viu-se um Sp. Braga com pouco fulgor. Embora tivesse muitas baixas (Sequeira, Carmo, Castro, Galeno, Mineiro e Diogo Leite), o plantel bracarense permitiu que o técnico “arsenalista” deixasse no banco jogadores da qualidade de Iuri Medeiros, Mario González ou Vitinha, mas com os irmãos Horta, Al Musrati, Piazón e Ruiz em campo, o Sp. Braga esteve muito longe de ser o adversário incómodo a que os portistas se têm habituado – este foi apenas o segundo triunfo dos “azuis e brancos” nos últimos nove duelos com os braguistas.

Após uma entrada cautelosa q.b. das equipas, o primeiro sinal de perigo saiu dos talentosos pés de Vitinha: aos 13’, o médio arrancou pela zona central e rematou forte, obrigando Matheus a defesa difícil para canto. Quase de imediato, Francisco Moura aproveitou um espaço entre Mbemba e João Mário – Pepe colocou o lateral em jogo – para entrar na área e rematar com potência ao poste da baliza de Diogo Costa. O filme do jogo mostrou, porém, que essa foi uma das excepções à regra do domínio “azul e branco”.

Sem que o susto abalasse a autoridade portista, um grande passe de Uribe rasgou a defesa do Sp. Braga e a qualidade de Díaz fez o resto: com um toque subtil, o colombiano fez o 11.º golo no campeonato. Mais uma vez, o colombiano desbloqueava o problema ao FC Porto e, até ao intervalo, Uribe (27’) e Grujic (45’) estiveram perto do 2-0. Pelo meio, após alguns minutos de indefinição, Pepe voltou a ter que ser substituído com problemas físicos.

Na segunda parte, à semelhança do que têm feito regularmente quando está em vantagem, os portistas baixaram a pressão sob o portador da bola, permitindo que o Sp. Braga subisse no terreno. Porém, as primeiras oportunidades voltaram a ser dos portistas: Evanilson (50’) e Vitinha (59’).

Com trocas que pouco ou nada mudaram a forma dos bracarenses jogarem, Carvalhal ainda levou as mãos à cabeça quando Ricardo Horta desperdiçou aos 71’ a segunda grande oportunidade minhota no jogo, mas esse foi o princípio do fim do Sp. Braga.

Até final, o perigo passou a ser um exclusivo da baliza de Matheus, que teve que se aplicar para que a (justa) vitória portista não passasse da margem mínima.

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