Real dá aula de contra-ataque no derby de Madrid

O Real Madrid soma agora 42 pontos na Liga espanhola, mais oito do que o Sevilha, nove do que o Bétis e 13 do que o Atlético. Por agora, o título espanhol parece encaminhado, até pela consistência e variedade de soluções de um Real que vence há sete jogos.

Foto
Reuters/JAVIER BARBANCHO

Carlo Ancelotti está cada vez mais perto de ser o primeiro treinador da história a vencer as “big 5”. A ideia tem por base os oito pontos que o Real Madrid já tem de vantagem no topo da Liga espanhola, depois do triunfo (2-0) deste domingo no derby da capital, frente ao Atlético.

O Real soma agora 42 pontos, mais oito do que o Sevilha, nove do que o Bétis e 13 do que o Atlético. É certo que daqui a dias haverá um Atlético-Sevilha de acerto de calendário, mas também é garantindo que alguém não será capaz de reduzir muito a distância – ou mesmo ambos. Por agora, o título espanhol parece encaminhado, até pela consistência e variedade de soluções de um Real que vence há sete jogos no campeonato.

Sem precisar de rematar muito, o Real mostrou predicados variados e variou entre momentos de ataque posicional e fases de apelo às transições. A ser dominador ou “cínico” – e soube ser as duas coisas –, o Real foi, isso sim, sempre letal. E por aí se fez um triunfo tranquilo.

No Bernabéu, o Atlético surgiu num sistema táctico híbrido. Era um 4x4x2 sem bola e 3x5x2 com ela, com Carrasco projectado no corredor. Mas mais relevante do que o sistema era mesmo o modelo de jogo. E esse, já se sabia, seria o de dar a iniciativa do jogo ao Real Madrid, defender como pudesse e rezar para que avançados como Griezmann ou Correa fizessem a diferença. Não fizeram.

O Real marcou logo aos 16’, num hino ao contra-ataque. Modric recuperou, Casemiro conduziu, Benzema deu apoio frontal, Asensio soltou Vinícius Jr. e o brasileiro assistiu Benzema, que foi à área finalizar com arte, à meia volta. Vinícius e Benzema, os nomes mais relevantes do Real de Ancelotti, voltaram a fazer a diferença e o francês chegou aos 45 golos na temporada, entre clube e selecção.

O Real mostrou que é, hoje, uma equipa completa e capaz em vários domínios. Na primeira parte mostrou valências em ataque posicional, conseguindo jogar entre linhas, mas também pelo corredor, e teve ainda momentos de mestria em transições. Em suma, é uma equipa que faz tudo e não deu ao Atlético qualquer hipótese de réplica, a não ser de bola parada.

Para a segunda parte já não vieram dois gauleses e as duas figuras principais das equipas: Benzema e Griezmann deram lugar aos ex-benfiquistas Jovic e João Félix. As mexidas alteraram um pouco o curso do jogo, com o Atlético a ter mais presença ofensiva e capacidade de fazer a bola chegar aos criativos – Félix e Matheus Cunha remataram logo nos primeiros minutos.

Os resultados práticos dessa maior capacidade do Atlético foram… nenhuns. Aos 58’, o Real mostrou novamente que consegue ser letal em transições e chegou ao 2-0 num lance em que Jovic, “recuperado” por Ancelotti, encarnou na perfeição o trabalho de Benzema. Pediu a bola em apoio frontal, como o francês, recebeu e rodou bem, como o francês, e soltou a bola com critério, como o francês. Depois, foi a vez do brasileiro. Vinícius voltou a desequilibrar, agora no corredor esquerdo, e assistiu Asensio, que finalizou no lado oposto.

A partir daqui o jogo perdeu algum interesse, pelo conforto do Real com o 2-0. Já o Atlético, apesar de pouco conseguir jogar, até conseguiu alguns disparos à baliza de Courtois, quase sempre de bola parada. Mas sem sucesso, muito por culpa do guardião belga.

Sugerir correcção
Comentar