Era uma casa “fria e húmida” — ganhou um jardim de Inverno e muito Sol

Para além de criar uma maior relação entre o interior e o exterior da casa e ser um novo espaço para a família conviver, o jardim de Inverno ajuda ainda a controlar a eficiência energética da habitação. Um projecto do atelier de arquitectura Oitoo em Vila Nova de Gaia.

©Adriano Mura
Fotogaleria
©Adriano Mura

“Melhorar o conforto e a eficiência energética”: estes foram os únicos pedidos que os proprietários de uma casa em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia, fizeram ao atelier de arquitectura Oitoo. Mas os arquitectos não se quiseram limitar a resolver essas questões. A Casa Olidouro tem agora um novo espaço: um jardim de Inverno.

Nuno Rodrigues, um dos arquitectos do atelier, diz ao P3 que as maiores preocupações dos donos da vivenda de 300 metros quadrados eram “o frio e a humidade”. Por isso, desde cedo souberam que iriam ter de mudar a caixilharia e fazer obras para melhorar o isolamento térmico. Com o tempo, o Oitoo e os seus clientes começaram a aperceber-se de que havia potencial para fazer algo mais, de forma a tornar a casa “mais simpática de se habitar”, sem que ficasse “irreconhecível”.

O atelier portuense identificou então os pontos críticos da casa: o rés-do-chão, com um “pé direito reduzido e um layout confuso”, a frente da casa, virada para uma pequena rua movimentada, e a falta de relação entre o interior e o grande quintal. Com a renovação da habitação, os arquitectos pretendiam que esta ficasse “mais virada para o interior” e que a “memória do que foi antes” se mantivesse, revela Nuno Rodrigues.

O projecto de remodelação focou-se em reimaginar a casa como um sítio preparado para “reunir a família inteira”. O rés-do-chão passou a ser um espaço contínuo, segmentado em três áreas: a cozinha com uma ilha, a sala de jantar e a sala de estar. Foi ainda criado um jardim de Inverno com pé direito duplo, que “aproxima o interior da moradia do exterior”. Esta divisão, segundo Nuno Rodrigues, dá “uma nova hierarquia à casa”, cuja fachada principal passa a ser a que está voltada para o jardim ao ar livre, nas traseiras, e não a que está virada para a rua.

O jardim, que recebe Sol até ao final da tarde, ajuda ainda a controlar a eficiência energética da casa “de forma passiva”, ao servir de “espaço intermédio”. Para reduzir o consumo energético ao mínimo possível, foram também instalados painéis de cortiça no exterior da habitação. No piso de cima, encontram-se quatro quartos “convencionais”, duas casas de banho e uma “varanda interior com vista para o jardim”.

Foram utilizados “materiais pragmáticos e sustentáveis” em toda a recuperação. Como já é costume, o Oitoo recorreu ao trabalho de carpinteiros, serralheiros e marceneiros das proximidades. Nuno Rodrigues destaca a utilização de terrazzo, um material de revestimento “muito semelhante à antiga marmorite”, que pode durar até cerca de 150 anos. Algumas peças de mobiliário foram especificamente encomendadas pelos proprietários e desenhadas por designers portugueses.

Texto editado por Amanda Ribeiro

©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura
©Adriano Mura