Comboios: o grande descarrilamento europeu

A Alemanha recusa apoios estatais para ligações ferroviárias internacionais. Com a França e a Espanha, Berlim retirou da lei dos direitos dos passageiros a obrigatoriedade do “bilhete único” que facilitaria as viagens além-fronteiras. Quando os responsáveis europeus aconselham a substituir as viagens de avião por comboios, em distâncias de 500 quilómetros, esquecem-se de que fazer isso implica, no caso de Lisboa-Madrid, perder 11 horas e fazer três transbordos. Eis o estado da ferrovia europeia: fragmentada, com mais de 800 regras que variam de país para país e dominada por grandes empresas.

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Nuno Ferreira Santos

O comboio chega pontual à linha 5 da Gare do Oriente, em Lisboa, onde o aguardamos na plataforma coberta pelas árvores de aço e vidro de 17 metros de altura que o arquitecto espanhol Santiago Calatrava desenhou no final anos 1990. São 8h20 e o Sol ainda está na linha do horizonte, a leste. Este é o início de uma viagem que vai demorar mais de 11 horas. Lisboa é apenas o início, e o Intercidades que vai para a Guarda é a primeira etapa, que nos deixará no Entroncamento.

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